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Exportando delinquentes

Mais da metade dos menores presos em Cuiabá são de Sinop

Dos 129 adolescentes internados no centro de ressocialização, 72 foram detidos em Sinop

Polícia | 08 de Junho de 2015 as 17h 05min
Fonte: Jamerson Miléski

Sinop é o principal “exportador” de delinquentes juvenis do Estado. Dos 129 adolescentes detidos no centro de ressocialização de menores infratores, em Cuiabá, 72 foram apreendidos na cidade de Sinop. Isso significa que o maior município do Norte do Estado ocupa 55% das vagas da “prisão para menores” em Cuiabá.

O centro de internação feito na cidade, inaugurado no primeiro semestre de 2013, também está lotado. São 12 vagas, mas não é incomum encontrar mais menores detidos, como no motim registrado em 2014, quando 18 infratores estavam na prisão provisória. Além de lotar o centro de internação local e também o da capital, ainda existem todos os dias casos de menores de idade presos e em seguida liberados por ordem judicial.

Para o comandante do batalhão da Polícia Militar de Sinop, major Gildázio Alves da Silva, as estatísticas locais tem feito a secretaria estadual de Segurança Pública levantar um questionamento: “O que vocês estão fazendo com o adolescente de Sinop?”. “Quando a cidade registra o maior número de menores infratores do estado é normal que a secretaria de segurança e a própria população levantem esse questionamento. Independente do que esteja sendo feito, está claro que não é o suficiente. Esse menor está entrando para o mundo do crime”, explica Gildázio.

Sinop possui 4 CRAS (Centro de Referência de Assistência Social). São essas estruturas que deveriam diagnosticar as crianças e adolescentes que estão em situação de vulnerabilidade. Ou seja, aquelas cuja condição social ou familiar fará com que a sua “referência de vida” não seja o pai, a mãe ou os avós e sim o bandido conhecido do bairro. “Os Cras fazem um trabalho importante, mas não estão conseguindo salvar a todos. Existem alguns menores que as pessoas que fazem o trabalho no Cras não conseguem lidar. É com estes que a polícia vai mexer”, revela o comandante.

O projeto ainda está na fase final de elaboração e ainda precisa de dispositivos jurídicos para funcionar perfeitamente. A PM pretende ressuscitar o antigo projeto do Policial Mirim, que colocava menores de idade dentro da rotina militar dos batalhões. Nessa nova roupagem, os casos mais agudos de menores em situação de vulnerabilidade serão selecionados para virar Policiais Mirins. E segundo o major, não será facultativo. A intenção é que seja obrigatório mesmo. “Estamos falando de casos em que os pais já não sabem como lidar com os filhos. Os assistentes sociais também não conseguem. A polícia militar vai tentar salva-lo da vida de crimes, acompanhando seu dia a dia e servindo de referência. Ou a PM adota ou o bandido vai adota-lo”, argumentou Gildazio.

A proposta será apresentada no Plano Decenal de Segurança Pública. O comando da PM pretende operacionaliza-lo até o final de julho. A intenção é que Sinop seja uma espécie de laboratório para o resto do Estado, apresentando uma nova política para lidar com o problema do delinquente juvenil.