Mato Grosso
Médica presa por acusação de planejar morte de prefeito de MT faz postagens em rede social e MP pede revista em cela
Yana Alvarenga, mulher de empresário acusado de ser o mandante do assassinato de Esvandir Mendes,
Polícia | 27 de Fevereiro de 2018 as 15h 27min
Fonte: G1 MT
A médica Yana Fois Coelho Alvarenga, que está presa desde dezembro do ano passado, acusada de ajudar a planejar o assassinato do prefeito de Colniza, a 616 km de Sinop, Esvandir Antonio Mendes, tem postado várias mensagens na página dela no Instagram. Ela está presa na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá.
A Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) informou que as revistas são realizadas diariamente nas unidades penais de Mato Grosso, entre elas, a Ana Maria do Couto May. De acordo com a Sejudh, nenhuma presa tem acesso a computadores ou qualquer tipo de aparelho que possa realizar postagens nas redes sociais.
As postagens chamaram a atenção do Ministério Público Estadual (MPE), que pediu à Justiça a manutenção da prisão preventiva da médica e à direção da unidade prisional, uma revista na cela onde a médica está.
O advogado dela, Aramadson Barbosa da Silva, disse que a defesa ainda não foi notificada sobre a petição do MPE e que desconhece o uso de celular por ela na prisão. Alegou ainda que Yana nunca tentou fugir e nem se negou a prestar informações e que, por causa disso, não vê motivos para mantê-la presa.
Conforme o promotor Willian Oguido Ogama, de Colniza, o MPE recebeu prints das postagens que ela fez na rede social no último final de semana, apesar de estar presa preventivamente.
A conta dela é privada. Os prints foram reproduzidos no pedido do MP.
Em um dos comentários postados em uma foto, ela diz: "Meus amores! Amoooooooo! Titia já chega para morder".
Ele argumenta no ofício encaminhado à Justiça que Yana foi denunciada por diversos crimes, entre eles homicídio qualificado contra o prefeito, podendo ser condenado a mais de quatro anos de prisão.
Para o promotor, a prisão preventiva dela deve ser mantida, já que mesmo presa continua tendo acesso às redes sociais e tendo contato com o "mundo exterior". "Solta, a interferência será ainda mais acentuada, havendo riscos concretos dessa incidir em testemunhas arroladas no processo, bem como na ocultação de objetos e outras provas", argumentou.
No perfil, Yana se diz médica, cristã, apaixonada pela família e muito abençoada e "blindada por Deus". Também cita que é casada com Rodrigo, que, na verdade, é Antônio Pereira Rodrigues, empresário acusado de ser o mandante do assassinato do prefeito Esvandir. O marido dela também está preso.
A polícia que investigou o crime médica teria emprestado o carro dela, um HB20, para o cunhado adolescente, a fim de que ele ajudasse o marido dela e os dois executores a fugir.
Yana, o marido dela e mais dois, apontados como autores dos disparos que mataram o prefeito, são acusados de envolvimento no crime.
A médica tinha conhecimento da “trama criminosa” e que prestou o auxílio necessário para a execução do prefeito, conforme o MPE. A investigação aponta que Yana apresentou os dois executores ao marido e providenciou a fuga deles.
Demitida
Em janeiro, o MPE pediu o rompimento do contrato da médica que atendia no Hospital André Maggi, em Colniza. No pedido, o órgão alegou que antes de ser assassinado, Esvandir havia informado, de maneira informal, que não renovaria o contrato com a médica e que convocaria aprovados em concurso. Yana não era concursada e prestava serviços para a prefeitura.
De acordo com o MPE, ela usou diploma falso para comprovar o tempo de residência médica na Universidade de São Paulo (USP) e especialidade em pediatria.
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