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Exclusivo / Sinop

Moradora de conjunto habitacional abre madeireira e pega R$ 270 mil em financiamento

Estelionatário usou moradora para abrir empresa e contrair o empréstimo em outra cidade

Polícia | 26 de Maio de 2015 as 18h 17min
Fonte: Jamerson Miléski

| Foto: GC Notícias

Uma moradora do Residencial Sebastião de Matos, um dos residenciais destinados à população de baixa renda de Sinop, conseguiu abrir uma empresa e contrair um empréstimo de R$ 272 mil em um banco em São José do Rio Claro (MT). Tudo isso sem ter sequer o segundo grau completo ou qualquer experiência na administração de empresas.

Cristiane Rodenas, que mora na Rua das Abraseias, no Residencial Sebastião de Matos 1, foi vítima de um estelionatário. Ela relatou o caso para a Polícia Civil de Sinop na tarde desta terça-feira (26). Cristiane disse que teve seu nome e seus documentos utilizados para a abertura de uma madeireira, a JC Comércio de Madeiras, com sede e Nova Maringá, no Norte do Estado. Empresa “quente” mas que só esteve em suas mãos no dia da abertura na Receita Federal.

Cristiane relatou para Polícia que conheceu um homem, que se apresentou como André, que lhe influenciou a abrir a empresa. Acreditando em uma recompensa por emprestar o nome, Cristiane passou os documentos para que a empresa fosse aberta, o que aconteceu em fevereiro de 2012. Dias depois foi até o Cartório de Registro, em Sinop, quando, junto com André, assinou uma procuração. O documento repassa os poderes da empresa para o engenheiro César Farias, que através da procuração passa a ter autonomia para fazer todos os procedimentos, junto ao Crea e Sema, como operar o CC-Sema e lançar créditos de madeira no CNPJ da empresa. Cristiane alegou que, neste dia, foi informada que não teria mais qualquer ligação do seu nome com a empresa.

Com os dados da empresa foi aberta uma conta no Banco Bradesco, em São José do Rio Claro, interior de Mato Grosso. A conta tinha os dados de Cristiane, mas a foto do cadastro não era a dela. Na conta estava R$ 271 mil.

Cristiane foi pega por um taxi, na porta da sua casa, em Sinop e levada até São José do Rio Claro. Dormiu em hotel, comeu em restaurantes, sem pagar absolutamente nada. Segundo ela, um sujeito que se apresentou como Luís Tokunaga arcou com todas despesas. Esse mesmo homem acompanhou Cristiane até a agência onde foi feita a transferência do dinheiro.

Cristiane disse que ainda tentou transferir o valor para sua conta pessoal, mas foi repreendida pelo gerente. Ao invés disso o valor (conforme a foto do comprovante), foi para outra conta empresarial, com o nome de Wilson Sartori Representação Comercial (WS Rações), aberta em abril de 2015, na cidade de Ivinhema, Mato Grosso do Sul. A transação financeira ocorreu no dia 6 de maio de 2015 - mais de 3 anos depois da empresa ter sido aberta.

A falsa empresária relatou o caso para polícia, que classificou o caso como crime contra o patrimônio, estelionato, crime contra paz pública e formação de quadrilha. Os suspeitos já foram listados e a investigação iniciada.