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Operação Tempestas

'Operação Tempestas' prende duas pessoas por fraude ambiental em Sinop

Polícia | 28 de Abril de 2016 as 15h 43min
Fonte: G1 MT

A Polícia Civil de Sinop, em uma operação conjunta com a Polícia Civil do Pará, prendeu na manhã desta quinta-feira (28) duas pessoas pelos crimes de furto mediante fraude, associação criminosa, estelionato e receptação. A ação em Sinop, faz parte da ‘Operação Tempestas’ e foi coordenada pelo delegado regional, Sérgio Ribeiro, com o delegado de Alta Miranda (PA), Vinicius Souza Dias.

A operação acontece em Mato Grosso e nos estados do Pará, Mato Grosso, Maranhão, Paraná e Sergipe, em conjunto com órgãos de segurança e meio ambiente. Batizada de "Tempestas", a ação cumpre um total de 45 mandados judiciais para combater crimes ligados uma organização criminosa especializada em lavagem de produtos florestais.

Cerca de 100 agentes cumprem 24 mandados de busca e apreensão, 14 de prisão preventiva, dois de prisão temporária e cinco de condução coercitiva determinadas pela Vara de Combate ao Crime Organizado.

O objetivo é desarticular a atuação de organizações criminosas de alta complexidade, que atuam no “esquentamento” de madeira ilegal e sua introdução no mercado com preços reduzidos, prejudicando não só o meio ambiente, como também os empreendimentos madeireiros que atuam de forma lícita.

 

Investigações

As investigações tiveram início em 2014, quando empresas do setor madeireiro comunicaram a Semas e a Polícia Civil irregularidades no que diz respeito a emissão de guias florestais através de sistemas ambientais. As primeiras investigações tratavam dos casos de forma isolada, porém, os órgãos de segurança perceberam uma conexão entre os atos ilícitos e que estes haviam sido praticados pela mesma organização criminosa.

 

Funcionamento

O esquema agia em diversos pontos interligados, desde a criação de empresas fantasma e de fachada, que realizavam atividades lícitas e ilícitas e apresentação de planos de manejo fraudulentos, conseguindo de forma ilegal os créditos florestais. Depois, estes créditos eram comercializados entre os chamados “papeleiros” para fazer o "esquentamento da madeira", expedindo guias florestais com dados falsos, por meio da atuação de rackers, a fim de ocultar a origem ilícita do produto florestal, possibilitando, assim, a revenda da madeira a preços mais competitivos no mercado.

 

Danos

De acordo com a polícia, no que se refere ao dano ambiental quantificável, em apenas um dos esquemas de fraudes investigados, essa organização criminosa causou um dano de mais de R$ 23 milhões, referente a cerca de 5.300 árvores, o suficiente para encher aproximadamente 1.300 caminhões.

Além desses prejuízos, há outros danos ao meio ambiente difíceis de mensurar, já que os reflexos ambientais do desflorestamento ilegal englobam a perda da biodiversidade; degradação de mananciais; aterramento de rios e lagos; redução do regime de chuvas; redução da umidade relativa do ar; aumento do efeito estufa; comprometimento da qualidade da água; e desertificação, entre outros.

 

Gases de efeito estufa

Em dezembro de 2015 foi realizado em Paris, na França, o primeiro acordo de global para frear as emissões de gases do efeito estufa, determinando que os 195 países signatários promovam ações para que a temperatura média do planeta sofra uma elevação "muito abaixo de 2°C", mas "reunindo esforços para limitar o aumento de temperatura a 1,5°C" .

Entre os compromissos assumidos pelo Brasil na Conferência do Clima da ONU (COP 21) está a redução do desmatamento ilegal, sendo que no Pará, o município de Novo Progresso desponta entre os que sofreram maior degradação por desmatamento. Nele estão situadas diversas das empresas envolvidas nas investigações da "Operação Tempestas".