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Mato Grosso

Pai de bebê indígena enterrada viva pela família diz que não sabia da gravidez e que quer ficar com a filha em MT

A avó e a bisavó da criança foram presas por premeditar o crime.

Polícia | 10 de Julho de 2018 as 10h 27min
Fonte: G1 MT

Índia recém-nascida sobreviveu ao ser enterrada por 6 horas | (Foto: Polícia Militar de MT)

O pai da bebê indígena, que foi resgatada depois de ser enterrada viva pela família em Canarana, a 691 km de Sinop, foi ouvido pela Polícia Civil. Ele afirmou em depoimento que não sabia da gravidez e que quer ficar com a filha.

A recém-nascida foi encontrada por policiais e passou seis horas debaixo da terra. Ela teve alta nessa segunda-feira (9) e já pode deixar o hospital. A bebê estava internada desde o dia 6 de junho numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá.

O hospital, entretanto, aguarda um posicionamento da Promotoria de Justiça para encaminhar a menina.

Segundo o delegado responsável pela investigação, Deuel Paixão Santana, o pai da criança é um indígena da etnia Trumai.

Ele foi localizado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e levado à delegacia durante a investigação.

“Ele disse que não sabia de nada e nem da gravidez. Disse que só soube pela mídia. Também declarou que tem interesse em criar o bebê”, afirmou o delegado ao G1.

O pai, que é maior de idade, mora em uma aldeia em Gaúcha do Norte, a 595 km de Cuiabá. A mãe da criança, uma adolescente de 15 anos, se relacionou com o rapaz.

“Ele disse que teve um relacionamento rápido com a mãe da criança e que logo depois disso se casou com outra indígena. Ele não tem filhos, mas teve esse relacionamento logo depois”, comentou o delegado.

Em junho, a mãe da menina também foi ouvida e disse que pretende ficar com a menina.

Bisavó e avó presas

A avó do bebê, Tapoalu Kamayura, de 33 anos, e a mãe dela, Kutsamin Kamayura, de 57 anos, foram presas e teriam premeditado o crime. A mãe da bebê é uma adolescente de 15 anos.

Kutsamin alegou à polícia que enterrou a menina por acreditar que ela estivesse morta. As investigações apontaram que elas não aceitavam a criança pelo fato dela ser filha de mãe solteira e o pai ser de outra etnia.

Ainda, as investigações não indicariam que o enterro da menina estivesse ligado aos costumes indígenas. A Justiça determinou que as duas usem tornozeleira eletrônica.

O Ministério Público Federal requisitou um estudo antropológico, que deve nortear a situação.