Esquema interno
Polícia desvenda esquema de furtos de caminhonetes novas
Dos 4 veículos furtados, 3 estavam com os índios Enawenê, em Juína
Polícia | 17 de Dezembro de 2015 as 17h 38min
Fonte: Assessoria | PJC-MT
Quinze ordens judiciais, sendo 6 mandados de prisão preventiva e 9 de busca e apreensão domiciliar, foram cumpridas, pela Polícia Judiciária Civil, na tarde de quarta-feira (16), durante a operação “Via Láctea”. Deflagrada pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos Automotores, a ação resultou na prisão de 5 pessoas acusadas de integrar uma quadrilha especializada em furtos de caminhonetes zero-quilômetro de dentro de concessionárias.
Entre os presos estão, Rhafael Jesus Caldas, 23, Eduardo da Silva Pinheiro, Valmir Souza de Oliveira, e Antonio Aureliano de Oliveira Junior, conhecido como “Junior”, e Michael Douglas Gomes de Carvalho, 20, o “Doquina”. O acusado, Jocimar Junior de Arruda, conhecido como “Táta”, também identificado pelo envolvimento no esquema e continua sendo procurado pela Polícia.
O quinto suspeito, Michael Douglas Gomes Carvalho, conhecido "Doquinha", teve o mandado de prisão preventiva cumprido, na região metropolitana de Goiânia (GO). A Polícia Civil ainda procura o sexto e último investigado.
Os suspeitos tiveram os mandados de prisão preventiva pelos crimes de furto qualificado, receptação e associação criminosa. Das quatro caminhonetes furtadas da Concessionária Toyota “Via Láctea”, três foram recuperadas e apreendidas, durante as investigações, em poder dos índios Enawenê, da região de Juína, e outra em Várzea Grande.
As investigações iniciaram há cerca de 5 meses, após comunicação do furto de 4 caminhonetes Toyota/Hillux SRV, cabine dupla, ano 2015, zero-quilômetro, ocorridos dentro da Concessionária Toyota “Via Láctea”, na Avenida Fernando Correa da Costa, em Cuiabá.
Durante as diligências, a equipe da Derrfva identificou o envolvimento de dois ex-funcionários da empresa concessionária, sendo um deles Rhafael Jesus Caldas. O outro ex funcionário, Michael Douglas Gomes de Carvalho, 20, ao tomar conhecimento da investigação, pediu repentina demissão e mudou-se para o Estado de Goiás, onde teve o mandado de prisão cumprido no final da manhã pela Polícia Civil de Goiânia.
Segundo o delegado Marcelo Martins Torhacs, Raphael e Michael, trabalhavam na empresa, e foram os responsáveis por facilitar a ação criminosa que culminou na subtração das quatro caminhonetes zero km da concessionária da Toyota. “Michael já havia previamente articulado com os demais suspeitos o crime. Ele separou as chaves das caminhonetes e entregou para Eduardo da Silva Pinheiro, autor do furto”, explicou o delegado.
Com a chave dos veículos, Eduardo ia até a concessionária clandestinamente, se passando por “cliente” ou “instalador de rastreador”, e acessava o pátio interno, onde estava a caminhonete que seria furtada, já previamente indicada por Michael. Enquanto isso, Rhafael fazia a vigilância, sendo responsável por alertar Eduardo e Michael, caso alguém se aproximasse.
Com esse modo de agir, os três envolvidos conseguiram retirar quatro caminhonetes Toyota/Hillux SRV, cabine dupla, ano 2015, da concessionária, em quatro dias distintos. As caminhonetes eram conduzidas até a região do Porto, em Cuiabá, onde eram entregues aos receptadores, conhecidos como “corretores” de veículos da região da “Pedra”, os quais já haviam encomendado os veículos.
Nas investigações, Valmir Souza de Oliveira e seu irmão, Antonio Aureliano de Oliveira Junior, conhecido como “Junior”, foram apontados como os corretores de veículos que encomendaram as caminhonetes , tendo os mandados de prisão cumpridos na operação. O corretor Fernando Soares Mendes, conhecido como “Pisca”, também foi identificado como um dos receptadores das caminhonetes, mas o suspeito foi brutalmente assassinado, por vários disparos de arma de fogo, em Várzea Grande.
Outro suspeito identificado por negociar ilegalmente veículos com a quadrilha, Jocimar Junior de Arruda, conhecido como “Táta”, ainda não foi localizado pela Polícia Civil, e encontra-se foragido.
A investigação da Derrfva aponta que os “corretores” de veículos, após receberem as quatro caminhonetes provenientes dos furtos, realizavam o emplacamento e documentação fraudulentos e os vendiam aos índios da Comunidade Enawenê, situada na região de Juína.
Os índios adquiriram esses veículos sabendo de sua origem ilícita e realizavam os pagamentos em dinheiro, sendo fomentadores da atividade ilícita. Segundo levantamentos, é possível que haja vários veículos produtos de crimes no interior da comunidade Indígena dos Enawenê.
A Polícia Civil não descarta que a quarta e última caminhonete a ser recuperada ainda esteja no interior da grande Comunidade Indígena dos Enawenê, em Juína. Contudo, a diligência no interior da Comunidade depende de autorização da Justiça Federal e deve ser realizada pela Polícia Federal, a qual já foi comunicada dos fatos pela Derrfva.
O delegado, Marcelo Martins Torhacs, ressaltou que não é o primeiro caso em que os índios Enawenê de Juína, figuram como fortes receptadores de veículos, notadamente caminhonetes furtadas na Capital do Estado e outros Municípios.
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