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Levando ferro

Polícia indicia 11 por golpe na Aço Metal

Gerente da empresa, cabeça do esquema de desvios, tinha vida de luxo

Polícia | 13 de Abril de 2017 as 09h 40min
Fonte: Redação

A Polícia Judiciária Civil indiciou 11 pessoas por furto e organização criminosa, na conclusão do inquérito policial da operação “Confidere”, deflagrada no dia 31 de março, nos municípios de Sorriso, Sinop, Alta Floresta, Tangará da Serra, Rondonópolis, para prender envolvidos em esquema milionário de desvio de mercadorias na Aço Metal, empresa com sede em Sinop, de propriedade do ex-prefeito, Antônio Contini.

O inquérito policial das investigações iniciadas pela Polícia Civil em Sorriso foi encaminhado na segunda-feira (10), ao Fórum da Comarca de Sinop, em razão da competência e por ser a cidade onde os crimes teriam sido praticados. As investigações foram presididas pelo delegado de Sorriso, Bruno Sérgio Magalhães Abreu, e pelo delegado de Sinop, Ugo Ângelo Rech de Mendonça.

Entre os indiciados estão os 5 gerentes (Fernando Rodrigues da Silva, apontado como o líder da quadrilha e gerente de vendas da empresa; Marcos Silva (gerente); Ricardo Alves de Oliveira Ferreira (gerente de expedição), Fábio dos Santos Alexandre (representante comercial da empresa, em Tangará da Serra) e Márcio Boria (gerente de expedição em Rondonópolis)), receptadores e parentes dos envolvidos.

O principal articulador do esquema, Fernando Rodrigues da Silva, além dos crimes de organização criminosa e furto, foi indiciado por lavagem de dinheiro juntamente com a sogra, que teve um carro comprado com o dinheiro movimentado da conta corrente dela e depois colocado em seu nome.

Conforme o delegado Bruno Abreu, o material apreendido revelou provas contundentes contra Fernando, como canhoto de cheques e planilhas, referente a  valores repassados a integrantes e  recebidos dos receptadores.

Foram encontrados comprovantes de mais de R$ 200 mil reais em móveis. Somente na compra de uma casa foi transferido R$ 1.250.000,00 de sua conta bancária. Na decoração da casa, gastou mais de R$ 30 mil na compra de cortinas. Houve apreensão de comprovantes da compra de relógios de mais 30 mil, sofá de R$ 22 mil e R$ 60 mil, em utensílios domésticos e eletrônicos.

Isso, segundo os delegados, são apenas alguns detalhes da vida de luxo que o principal articulador do esquema levava.

O inquérito policial foi finalizado com 5 volumes de provas coletadas nas investigações, depoimentos e interrogatórios dos envolvidos.

 

Sequestro de Bens

Na investigação, a Polícia Civil pediu o sequestro de mais de R$ 7 milhões em bens móveis e imóveis, que teriam sido adquiridos pela organização criminosa. São casas, automóveis, terrenos e até uma fazenda, comprados pelos principais envolvidos, os cinco funcionários da empresa de fabricação e exportação de aço e metal.

Durante a operação, na cidade de Sinop, a Polícia Civil apreendeu, 2 motocicletas BMW, 1 moto Kavasaki  2 automóveis BMW, sendo um avaliado em R$ 200 mil; 1 Hilux Zero KM no valor de R$ 190 mil; 1 Saveiro Cross; 1 Pálio Atractive e 1 caminhonete S-10.

A maioria dos bens estava em nome do gerente de vendas, Fernando Rodrigues da Silva, apontado como o líder da quadrilha, que também têm casas e outros imóveis na região, como fazenda e terrenos.

 

Investigação

A investigação iniciou em janeiro deste ano, depois de denúncia de uma empresa do ramo de fabricação e exportação, a Açometal, sediada em Sinop (500 km ao Norte), por suspeita de que gerentes de alta confiança do estabelecimento estariam desviando materiais, por meio do cancelamento de notas fiscais.

A vítima é um empresário renomado da cidade, que já ocupou cargo público no município, e que teve prejuízo que ultrapassa os R$ 15 milhões.

Em 2015, essa mesma empresa entrou com pedido de recuperação judicial por dívidas de R$ 38 milhões. Mas esse não seria o motivo da denúncia e, sim, o fato de inúmeras reposições do estoque sem aparentes explicações e também o cancelamento de notas fiscais emitidas pela própria empresa vítima, como se o material comercializado não tivesse saído do depósito.

Foram detectados 1.200 notas fiscais emitidas e canceladas pela empresa credora no período de 2 anos, totalizando mais de R$ 13,5 milhões em mercadorias supostamente devolvidas ou desistência de  compras.