Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Bom dia, Terça Feira 23 de Abril de 2024

Menu

Sinop

Câmara vota alterações no Código Tributário de forma política

Parecer técnico emitido por tributarista contratado não alterou o posicionamento dos vereadores

Política | 12 de Maio de 2015 as 17h 27min
Fonte: Jamerson Miléski

A análise contratada pela Câmara de vereadores de Sinop, junto a um especialista em direito tributário, ao valor de R$ 15 mil, teve pouca ou nenhuma utilidade. O relatório técnico não influenciou na emissão dos pareceres das comissões competentes ou mesmo no posicionamento dos vereadores na hora de votar. Cada vereador votou conforme a sua “consciência”.

O relatório foi contratado a pedido do presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, Fernando Brandão (SD), afim de orientar tecnicamente sobre os impactos da aprovação do projeto de lei 001/2015 e o projeto de lei complementar 003/2015, que promoviam alterações no Código Tributário do município. Tanto que os projetos só foram encaminhados para votação depois que o especialista concluiu a análise.

Mas nada do que o tributarista atestou foi levado em consideração. O advogado que fez o parecer considerou inconstitucional o projeto 001/2015, de autoria do vereador Dalton Martini (PP), que propunha a revogação do Código Tributário aprovado em dezembro de 2014. Entre outros pontos, o especialista alertava que a matéria traria de volta a base tributária para cobranças de impostos do ano de 2001. Também foi atestado que haveria renúncia de receita.

A opinião do tributarista não foi levada em consideração pelas comissões de justiça e redação ou Finanças e Orçamento. Ambas expediram pareceres favoráveis a tramitação do projeto. Os 7 vereadores que já haviam assinado a matéria votaram favoráveis, ignorando o laudo. Já os vereadores que não assinaram foram contrários – no entanto nenhum sequer citou o laudo contratado.

Fernando Brandão, que solicitou a contratação do especialista comentou a situação. Segundo ele, qualquer parecer técnico é um balizamento a mais para auxiliar as comissões competentes, assessoria jurídica da Câmara e demais vereadores. “Não necessariamente vai determinar na decisão de cada um dos envolvidos”, comentou.

A Câmara acabou contratando um especialista, mas nada seria diferente se não tivesse contratado.

Voto político

Os 7 vereadores que assinaram o projeto 001/2015 foram favoráveis, incluindo Hedvaldo Costa (PSB), que tem balizado seu voto majoritariamente na orientação das 16 entidades de classe. O grupo que discute o código desde o final de 2014 era contra a revogação, preferindo o ajuste proposto pelo projeto 003/2015, de autoria do executivo.

Com 8 votos contrários o projeto de Dalton Martini foi reprovado. Já o projeto de autoria do executivo, que alterava as tabelas dos valores de edificação (para menos), que compõem o cálculo do IPTU, foi aprovado. Dessa forma “trava-se” o aumento do imposto para o ano de 2015 em 20% mais a inflação.

Esse era o projeto defendido pelas entidades. Os vereadores alinhados com esse movimento de classe votaram favoráveis. O projeto teve 11 votos favoráveis. Hedvaldo Costa e Roger Schallemberger (PR), que defendiam o projeto 001/2015 acabaram aprovando o 003/2015 também. Sobressaiu a posição de Dalton Martini, autor do projeto que pretendia revogar todo o código e que no fim foi favorável ou projeto que derrubou o seu. “Nossa proposta para revogar o Código era para que não houvesse aumento de imposto nesse ano. Como não foi possível, não posso ser contrário a um projeto que vai pelo menos reduzir o tamanho desse aumento. Seria incoerente da minha parte”, ressaltou.

Foram contrários ao projeto 003/2015, de autoria do executivo, os 3 vereadores da oposição Cláudio Santos (DEM), Fernando Assunção (PSDB), Wollgran Araújo (DEM), além do vereador da base e um dos maiores críticos do novo Código, Júlio Dias (PT).

Votaram contra o projeto de Dalton Martini para extinção do Código os vereadores Francisco Specian (PMDB), Ticola (PMDB), Neiva da Alvorada (PMDB), Negão do Semáfaro (PSD), Carlão Coca-Cola (PSD), Adermir Bortoli (PROS), Fernando Brandão (SD), tendo no voto do presidente Mauro Garcia (PMDB), o desempate que garantiu a reprovação.

Como fica

O Código Tributário aprovado em dezembro permanece vigorando. Muda apenas o valor das edificações, que com as novas tabelas terão um aumento máximo de 20% mais a inflação de 6,22%.

A prefeitura fará novo lançamento do IPTU, já com as novas tabelas, que terá vencimento em 11 de junho. Quem já efetuou o pagamento terá o valor a mais compensado no IPTU de 2016. Os que horaram seus impostos na data (10 de abril), ainda terão um desconto extra de 5% no próximo ano.