Balanço
Com bases políticas em 58 cidades, Silvano firma sua posição como deputado municipalista
Discursos são importantes para marcar posição, mas resolvem muito pouco, afirma Silvano
Política | 23 de Fevereiro de 2018 as 19h 59min
Fonte: Jamerson Miléski
Na última terça-feira (20), os deputados estaduais de Mato Grosso apresentaram a formação dos “blocos” políticos da Assembleia Legislativa para 2018. O agrupamento, entre situação, oposição e independentes, serve como referência para composição das comissões competentes da Casa de Leis, além de explicitar a posição de cada deputado. Hoje Mato Grosso tem 14 deputados de situação (que apoiam o governo Taques), 4 de oposição e 8 que se identificam como Independentes.
Silvano Amaral (MDB), está no Bloco Independente e essa posição diz bastante sobre a forma com que o deputado tem atuado. Ex-secretário de Finanças da prefeitura de Sinop durante a gestão Juarez Costa (MDB), Silvano opera no legislativo estadual com uma visão municipalista, aproveitando sua experiência de gestão no executivo municipal para resolver os problemas do interior. “Existem diferentes perfis dentro da Assembleia, que é plural como uma casa de leis deve ser. O meu perfil é atender as bases, com reuniões continuas, conversas com prefeitos, auxiliando secretários a resolver suas demandas. Discursos na Assembleia inflam algumas situações e são importantes para marcar a posição política, mas resolvem muito pouco. Exercer o mandato com proximidade das bases é o que dá resultado”, declarou o deputado na entrevista concedida o GC Notícias.
A primeira eleição disputada por Silvano foi em 2014, quando se elegeu deputado estadual tendo como sua principal base a cidade de Sinop. Com 15.310 votos conquistou uma das cadeiras do MDB na Assembleia. Nesses pouco mais de 3 anos de atuação, Silvano foi autor de 55 indicações, 19 projetos de lei, 12 requerimentos e 2 projetos de resolução. Atuou com maior ênfase nas questões fundiárias, no fomento da agricultura familiar e na viabilização de recursos da infraestrutura urbana. Com isso, sua representatividade dentro do Estado também cresceu. Hoje o deputado conta com bases políticas em 54 municípios de Mato Grosso, em uma rede de atuação que engloba cerca de 500 lideranças em diferentes cidades com quem Silvano tem um contato contínuo. Essa “teia” de atuação se estende pelo Norte e Nordeste do Estado, a região do Araguaia e até uma pequena parte da baixada cuiabana. “A experiência que tive como secretário facilita a conversa com os prefeitos e vereadores. Muitas vezes essas lideranças procuram o deputado para resolver um problema dos seus municípios, mas não sabem, tecnicamente, o que precisa ser feito. O que traz resultados hoje, no dia a dia do meu trabalho, é ajudar prefeitos e secretários a fazer projetos, articular os contatos com lideranças federais para viabilizar recursos dentro dos programas que já existem. É assim que temos conseguido gerar resultados”, explica Silvano.
Embora seja um crítico do governo Pedro Taques (PSDB), como deputado Silvano adota uma postura moderada, com raros ataques a gestão tucana em tribuna. Segundo ele, “ser ponderado” é a melhor posição política. “O conceito de oposição pela oposição é frágil. Ele pode até gerar uma identificação do eleitor naquele instante, mas não é algo duradouro. O que fica, no final, é o trabalho que o deputado faz para a base”, contrapõe.
A rotina de trabalho de Silvano intercala atendimentos em seu gabinete em Cuiabá, com reuniões pelos 54 municípios que foram sua base. Pelo menos 40% do seu expediente é fora da capital. A sessão ordinária, como costuma dizer Silvano, é apenas a síntese da atuação parlamentar. Outro ponto de atenção do deputado são as comissões permanentes da Assembleia, departamentos por onde passam os projetos de lei antes de irem para votação. Nos anos anteriores Silvano atuou nas comissões de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária; de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura e Desporto; de Agropecuária, Desenvolvimento Florestal e Agrário e Regularização Fundiária; e na Comissão de Infraestrutura Urbana e de Transportes.
Nesse ano, as comissões ainda não foram compostas. Silvano disse que está se posicionando para ocupar a comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária, inclusive com a possibilidade de presidir. É por esse departamento que passam as contas do governo estadual. O deputado também pretende ocupar cadeiras na comissão de Educação e de Regularização Fundiária. “No máximo atuarei em 3 comissões. Mais do que isso não é possível fazer um bom trabalho, conforme o dispositivo exige. Não adianta fazer parte de uma comissão só para dizer que faz. Atuar nessas comissões envolve discussão, estudo daquele assunto e consulta aos que serão atingidos por essa lei. Só assim o deputado tem condição de se posicionar corretamente sobre cada projeto de lei que passa pela comissão”, revela Silvano.
A atuação de forma técnica, afirma o deputado, evita as aberrações legislativas que prejudicam a vida da população, geram a precariedade dos serviços públicos e atravancam o desenvolvimento econômico. “A nossa função de deputado é representar toda a população na discussão que formará a nova lei. Para isso é preciso ter conhecimento do assunto”, frisa.
Emendas parlamentares e ações no interior
Conforme Silvano, em 3 anos os deputados tiveram acesso a aproximadamente R$ 10 milhões em emendas parlamentares – que são os recursos do orçamento do Estado que os deputados podem destinar de acordo com seus projetos. Mesmo estando na base “independente”, Silvano conseguiu empenhar 90% das emendas que apresentou.
Na relação estão recursos para pavimentação urbana, como no Jardim do Ouro em Sinop, na cidade de Claudia e também em Colíder, fomento da piscicultura com verba para escavação de tanques para criação de peixes, e equipamentos para saúde pública. Ainda na agricultura familiar, destaque para o recurso de R$ 1,2 milhão que o deputado destinou para a região noroeste do Estado, para o desenvolvimento da cafeicultura. O dinheiro viabilizará a compra de mil mudas de café clonal para 10 cidades, atendendo 50 pequenos produtores. A variedade “clonal” é duas vezes mais produtiva que as espécies atualmente cultivadas na região. “Esse foi um projeto que vai atingir diretamente a economia dessa região”, comenta Silvano.
Com suas emendas parlamentares Silvano conseguiu atingir com pelo menos um projeto todas as suas 54 bases. Além disso, o deputado tem tido sucesso articulando junto ao governo federal – como no caso recente em que viabilizou junto ao Ministério da Agricultura R$ 2,1 milhão para implantação de duas feiras de pequenos produtores em Sinop.
E o governo Taques?
O GC Notícias aproveitou a entrevista com o deputado para questionar a sua avaliação da gestão feita por Pedro Taques e as perspectivas para o último ano do seu mandato. Silvano foi tácito: “A única coisa que podemos esperar é que 2018 termine rápido. Esse governo não tem mais concerto. [Taques] É tão ruim que até as piadas que ele faz são ruins”, criticou Silvano.
Incompetente, petulante e travado foram outros adjetivos utilizados pelo deputado para descrever a gestão tucana no Estado. Na tentativa de buscar um contraponto, Silvano encontrou a segurança pública como, talvez, o único setor que avançou nessa gestão.
Mas a lista negativa foi mais extensa. Segundo Silvano, durante todo o governo Taques, apenas 4 títulos de regularização fundiária foram emitidos pelo Estado – quantia irrisória frente ao problema conhecido. O caos da saúde também foi lembrado pelo deputado. A crítica, de forma geral, é que a gestão não funciona. “Mato Grosso precisa de um gestor, capaz de fazer estratégia e gerir a máquina pública. Taques brigou com os líderes políticos do Estado, engessou o governo e implantou o medo nos servidores públicos concursados, que são os verdadeiros operadores da máquina pública. Nada anda tudo é lento e moroso”, critica o deputado. “Vejam por exemplo o aeroporto de Sinop. Sabe o que andou nesse projeto? Nada! Sinop só não vai ficar sem os R$ 8 milhões para fazer uma obra abaixo do que precisaria graças a boa vontade da SAC (Secretaria de Aviação Civil). A licitação só vai ser lançada agora, em fevereiro. Contando todos os prazos e considerando o período eleitoral, se depender do Estado, não vai ter obra esse ano no aeroporto de Sinop”, completou.
Outro exemplo de ingerência citado por Silvano foi a obra da BR-174. O projeto, iniciado em 2015, previa o investimento de R$ 150 milhões na pavimentação da rodovia. Recurso do governo federal que Taques ganhou pronto, exigindo apenas o acompanhamento e execução do contrato. “O governador começou a listar irregularidades, criando dificuldades para a realização da obra e acabou perdendo o recurso. Fez isso só porque se tratava de dinheiro de emendas dos seus adversários políticos”, denuncia Silvano.
Para o deputado, neste ano a população tem uma nova oportunidade de escolher um líder político para dirigir o Mato Grosso, cuja postura seja mais condizente com a pujança e dinamismo do Estado.
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