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Eleições 2016

Creches são mote de campanha dos 3 candidatos em Sinop

Déficit histórico da educação infantil no município dita rumo do discurso eleitoral

Política | 06 de Setembro de 2016 as 17h 00min
Fonte: Jamerson Miléski

No final de agosto o site da Folha de São Paulo divulgou um ranking com um índice de eficiência das gestões municipais de todo o país. Sinop ficou em 4.259º lugar. Foi a primeira vez em uma década que o município teve uma participação tão inexpressiva em uma pesquisa nacional. Nos últimos 3 anos, Sinop ocupou lugar de destaque em levantamentos feitos pela Veja e Revista Exame. O mau desempenho teve explicação: dos 5 itens avaliados, um foi o percentual de alunos matriculados na educação infantil.

Sinop possui 5.241 alunos de 0 a 5 anos matriculados na rede municipal. Esse é o dado atualizado do mês de agosto. Entre 4 a 5 anos, não há fila de espera por vagas. “Quem solicitou foi atendido, mesmo que não tenha sido no seu bairro”, explica a secretária de Educação Gisele Oliveira. O déficit está nos menores, entre zero e 3 anos.

Mesmo com as creches recentemente abertas, o município possui uma lista de espera de 1,8 mil crianças. A secretaria de Educação afirma que 1.000 desses alunos foram registrados em 2016 – ou seja, a frequência de pais procurando creches aumenta de forma constante. De acordo com o censo do IBGE, Sinop possui 7,5 mil crianças entre 0 a 5 anos – isso explica os resultados da Folha de São Paulo e mostra que o número de crianças aguardando uma vaga na rede pública pode ser maior do que o registrado na secretaria de Educação. Para quem prefere comparar “gestões”, até 2008 Sinop tinha 4 creches e atendia a 2,5 mil alunos. De lá pra cá foram abertas 7, totalizando 11, dobrando a capacidade de atendimento.

O problema é latente, se arrasta por anos e ganha força no período eleitoral devido as 3 creches que foram lançadas em 2011 e até agora não foram concluídas. Os 3 candidatos que disputam a prefeitura de Sinop colocaram o assunto em destaque nos seus programas eleitorais e planos de governo.

Roberto Dorner (PSD), trabalha com o modelo de “Creches Conceitos” – que seriam unidades de referência construídas nas áreas de maior adensamento populacional. O candidato também se compromete a concluir as obras paradas, ampliar as unidades e ofertar creche para toda população, retomando inclusive as creches em tempo integral – que demandam o dobro de estrutura física e profissional. O “garoto propaganda” da campanha de Dorner na educação é o “Robô do Saber”, um dispositivo eletrônico utilizado em escolas de Curitiba (PR) para aulas de literatura, inglês e para contar histórias. O equipamento é produzido na França, custa cerca de R$ 6 mil cada e Dorner quer trazer para modernizar o ensino da rede municipal.

Dorner e o "Robô do Saber"

 

Dalton Martini (PP), também trouxe o assunto para sua campanha. Sua proposta é mais sintética, com menos adereços. O candidato trabalha com o conceito de creches “Coração de Mãe”, nome que consta inclusive no seu plano de governo, como uma referência de que nessas unidades “sempre caberá mais um”. A proposta de Dalton é construir essas creches nos bairros adensados, com grande demanda de crianças. O candidato também se compromete no seu plano de governo em universalizar o atendimento as creches, disponibilizando vagas para todas as crianças do município, bem como, cumprir o PNE (Plano Nacional de Educação) 2014, Lei 13.005/2014, com o implemento do Programa Mais Educação, atingindo a meta de pelo menos 25% do efetivo em Escola de Tempo Integral, em no mínimo duas unidades escolares, já no primeiro ano de mandato. Na TV, a “Falta de Creches” é um dos problemas espalhados pelo chão que o candidato diz que a atual administração está tentando “varrer para baixo do tapete”.

Imagem do programa de Dalton, em que creches é um problema que precisa ser varrido

 

Rosana Martinelli (PR), trata do assunto de forma um pouco mais técnica. No seu plano de governo ela lista as creches e vagas que existiam até 2008 e quantas foram abertas pela atual gestão, na abertura do documento. Essa é a única vez em seu plano de governo que aparece a palavra “creche”. A partir disso, a candidata trata essa demanda pelo termo CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil), que é o nome orientado pelo Ministério da Educação.

Rosana cita que os planos Municipal e Nacional de Educação preveem que até 2024 as Prefeituras atendam pelo menos 60% das crianças de 0 a 3 anos (maior problema de Sinop). A candidata pretende superar esta meta antes do prazo, considerando que atualmente 51% das crianças desta faixa etária já são atendidas. Sua avaliação já considera o funcionamento das 3 creches cujas obras foram retomadas e irão gerar 900 vagas. Ciente da limitação que o município tem de construir creches e contratar professores (orçamento), a candidata vem trabalhando o modelo de parcerias com a iniciativa privada para ampliar o atendimento às crianças de 0 a 3 anos. A candidata afirma que já recebeu sinalização positiva de algumas empresas visitadas, que inclusive se comprometeram a disponibilizar o espaço para que novas unidades de educação infantil sejam implantadas.

Nos programas de TV, o foco são as unidades entregues pela gestão e seu padrão de qualidade, que Rosana pretende preservar.

Programa de Rosana traz as imagens da qualidade das creches que existem em Sinop