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OPERAÇÃO RÊMORA

Empresário revela que delator dizia que deputado era beneficiado em esquema na Seduc

Segundo Alan Malouf, indicação de Permínio para Educação partiu de Nilson Leitão

Política | 22 de Dezembro de 2016 as 13h 38min
Fonte: FOLHA MAX

O empresário Alan Malouf, preso durante a terceira fase da Operação Rêmora, declarou que o ex-secretário Permínio Pinto foi indicado pelo deputado federal Nilson Leitão (PSDB) para ocupar o cargo na Secretaria de Educação (Seduc). A declaração de Malouf foi feita ao Gaeco, na última sexta-feira (16). O empresário e Permínio são acusados de participarem de um grupo organizado que fraudava licitações da Secretaria Estadual de Educação (Seduc).

Segundo o depoimento do proprietário do buffet Leila Malouf, o governador Pedro Taques (PSDB) e Nilson Leitão seriam os responsáveis pela indicação de Permínio para liderar a pasta. Malouf negou que tenha participado da indicação do ex-secretário de educação. "Em relação aos fatos investigados na operação "Rêmora", afirma que não conhecia a pessoa do Ex-Secretário de Educação Permínio Pinto Filho, e que não foi responsável pela indicação do mesmo ao cargo na seduc, sabendo dizer que a indicação de Permínio Pinto foi feita pelo Deputado Nilson Leitão e pelo governador Pedro Taques", revela parte da transcrição do depoimento de Malouf.

Segundo conversas que o proprietário de buffet teria tido com o empresário Giovani Guizardi, o deputado federal seria um dos beneficiários do esquema que fraudava licitações públicas em troca de propinas. "Quando Giovani falava no nome de Permínio Pinto sempre fazia questão de ressaltar que a pessoa do deputado federal Nilson Leitão também se beneficiaria economicamente”, afirmou Malouf.

No entanto, o empresário Alan Malouf não garantiu se as conversas que tinha ouvido sobre Leitão eram verdadeiras. Ele disse que nunca havia se encontrado pessoalmente com o parlamentar. “Porém o interrogando não sabe se isso aconteceu e nem mesmo esteve com o referido Deputado tratando desse assunto", detalha trecho da transcrição do depoimento.

O deputado Nilson Leitão também é citado por Malouf em uma suposta contratação de uma advogada de Brasília para auxiliar na defesa de Guizardi e Permínio. A defesa teria sido acionada depois de o empresário ter conversado com o governador Pedro Taques sobre as prisões referentes às fraudes na Seduc.

"O interrogando afirma que conversou com o Governador Pedro Taques algumas vezes após a prisão de Permínio sobre o assunto Rêmora, e este (Pedro Taques) tanto na primeira reunião e nas posteriores não demonstrou qualquer surpresa com os fatos e apenas dizia que estava cuidando da questão prisão Giovani e Permínio; Chegou ao conhecimento do interrogando que a contratação de uma advogada nominada em Brasília teria se dado através de Nilson Leitão, mas apenas ouviu falar sobre isso", cita trecho da transcrição do depoimento.

O depoimento de Malouf ao Gaeco reafirma fatos da colaboração premiada de Guizardi,  que também citou Nilson Leitão. O delator apontou o deputado federal como um dos integrantes do “núcleo de agentes políticos” da organização criminosa que fraudava licitações da Seduc.

Já o ex-secretário Permínio Pinto, durante audiência com a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, não citou Nilson Leitão durante a confissão de parte dos crimes que havia cometido. Permínio não mencionou muitos nomes dos envolvidos nas fraudes. Ele se restringiu àqueles que já respondiam a acusações na Operação Rêmora.