Estado de Transformação
Estado deve R$ 2,2 bilhões para fornecedores
Via decreto, Taques vai parcelar a dívida em 11 vezes, deixando o carnê para o próximo governo
Política | 12 de Setembro de 2018 as 09h 30min
Fonte: Jamerson Miléski

Quem vencer a eleição de 2018 em Mato Grosso herdará da gestão Pedro Taques (PSDB), um carnê com uma dívida de R$ 2,2 bilhões parcelada em 11 vezes. Esse é o montante que o Estado deve para fornecedores que não irão receber no exercício de 2018. A dívida será rolada para o próximo mandato através desse parcelamento.
O mecanismo foi estabelecido por Taques ainda em agosto. Ontem, terça-feira (12), o Tribunal de Contas do Estado referendou o parcelamento. O conselheiro interino do TCE, Isaías Lopes da Cunha, negou o pedido para suspender o Decreto que institui o parcelamento.
O pedido para suspender o decreto foi elaborado pela Secretaria de Controle Externo de Receita e Governo do TCE. A equipe apontou supostas irregularidades no Decreto, sendo duas de natureza gravíssima. Segundo o relatório, "o dispositivo não cumpre com a finalidade constitucional no quesito de organizar o funcionamento da administração pública e acaba por criar novo direito, impondo ônus a seus fornecedores sem, contudo, fazer um levantamento de quantas são as empresas afetadas".
Outro fator apontado como erro gravíssimo pelo relatório indica que o governador Pedro Taques, ao publicar o Decreto, ultrapassa sua competência legislativa de chefe do Executivo, além de contrariar diversas disposições contidas na Lei Federal que regulamenta as normas gerais sobre contratos entre o Poder Público e seus fornecedores ou prestadores de serviço.
Isaías Lopes teve uma interpretação oposta. Em sua decisão, o conselheiro ponderou que o Estado não possui condições de liquidar todo o débito que possui e que, durante o julgamento das contas anuais do Governo, o próprio TCE recomendou ao Executivo que criasse mecanismos a evitar colapso financeiro, entre outras medidas. “Nesse sentido, este tribunal, ao examinar as contas anuais de Governo do exercício de 2018 do Estado de Mato Grosso verificou a inexistência de disponibilidade financeira para quitar o total de dívidas exigíveis - restos a pagar processados e depósitos de terceiros sob a tutela do Estado - e, inclusive, apontou-se como irregularidade a insuficiência de R$ 2.222.950.491,49 bilhões”, relembrou o conselheiro.
O conselheiro também pontuou não há nenhuma novidade da ordem jurídica no Decreto editado por Taques e que não é coerente retirar do governador as ferramentas que este possui para driblar as dificuldades financeiras pelas quais o Estado pode passar economicamente. “Com a situação financeira deficitária do Estado não se pode retirar do administrador público as armas que ele dispõe para enfrentar a crise fiscal, condenando-o ao enclausuramento. Pelo contrário, a complexidade da situação exige maior atenção e medidas enérgicas para adequar o fluxo de caixa às despesas e evitar a possível ocorrência de um colapso fiscal”, diz trecho.
O conselheiro reforçou ainda seu posicionamento, relembrando que, em 2007, o Estado do Rio de Janeiro parcelou os restos a pagar referentes a 2006 e anos anteriores.
A Assembleia Legislativa realiza nesta quarta-feira (12), às 10h00 uma sessão extraordinária para decidir se susta ou não os efeitos.
Notícias dos Poderes
AL proíbe cobrança de consignados de servidores por 4 meses
Medida visa conceder tempo para que CGE e força-tarefa concluam investigações de denúncias
07 de Novembro de 2025 as 13h30STF suspende julgamento de emendas positivas de Mato Grosso
07 de Novembro de 2025 as 09h57Scheila Pedroso se filia ao Podemos e desponta como pré-candidata pelo norte de MT
06 de Novembro de 2025 as 22h12Gilmar Mendes diz ser contra tratar PCC e CV como facções terroristas
Ministro do Supremo disse que debate sobre crime organizado no país está "politizado"
07 de Novembro de 2025 as 11h15Quatro deputados de MT votam a favor de projeto que restringe acesso de vítimas de estupro a aborto legal
Ao todo, o PDL 3/2025 recebeu 317 favoráveis e 111 contrário; agora o texto segue para votação no Senado
07 de Novembro de 2025 as 08h40Max Russi ironiza ausência de Rogério Gallo e diz que ele 'faltou porque é difícil explicar o orçamento'
06 de Novembro de 2025 as 12h29Câmara aprova projeto que dificulta abortos legais em crianças
Ministério das Mulheres demonstrou preocupação com o projeto que vetaria a resolução do Conanda
06 de Novembro de 2025 as 12h25