Máfia na Seduc
MPF diz que não há elementos para investigar Taques e Leitão
Procurador-geral disse que apenas citação não é suficiente para abrir inquérito
Política | 07 de Dezembro de 2016 as 17h 50min
Fonte: Redação com Mídianews
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu não instaurar inquérito contra o governador Pedro Taques e o deputado federal Nilson Leitão, ambos do PSDB, que foram citados na delação premiada do empresário Giovani Guizardi, da Dínamo Construtora.
A informação foi confirmada por uma fonte do Ministério Público Estadual. Na delação, o empresário deu detalhes do suposto esquema de fraude em licitação e propina que teria ocorrido na Secretaria de Estado de Educação (Seduc), que é investigado na Operação Rêmora.
Segundo Guizardi, um dos objetivos do esquema foi arrecadar recursos para o “retorno” das doações na ordem de R$ 10 milhões que o empresário Alan Malouf, sócio do Buffet Leila Malouf, teria feito à campanha de Taques, em 2014, por meio de caixa dois – dinheiro não declarado à Justiça Eleitoral.
Já o deputado Nilson Leitão, conforme o delator, teria se beneficiado de depósitos na ordem de R$ 20 mil, por determinação do então secretário Permínio Pinto (atualmente preso).
Porém, conforme apurou o MidiaNews, Rodrigo Janot entendeu que apenas a citação a Taques e Leitão, sem documentos que corroborassem os fatos, não era o bastante para determinar a abertura de inquérito.
A delação foi enviada à Procuradoria-Geral da República em razão de os dois políticos possuir foro privilegiado e só podem ser investigados neste órgão. “Houve uma consideração de que não há elementos suficientes para investigar o Taques e o Leitão. A análise é muito rigorosa, então apenas a citação do delator não gera elementos de prova”, disse a fonte.
Apesar da decisão, caso as investigações se aprofundem e surjam indícios contra os tucanos, Janot poderá reanalisar a questão e determinar a abertura de um inquérito.
Isso porque, conforme as informações, a PGR já teria recebido outros três encaminhamentos relativos a depoimentos de outros delatores que também teriam citado os nomes de Pedro Taques e de Nilson Leitão. Um desses delatores seria o ex-secretário Permínio Pinto.
Nesta hipótese, a possível investigação tramitaria em órgãos distintos: Taques seria alvo de inquérito no Superior Tribunal de Justiça e Leitão no Supremo Tribunal Federal.
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