Oposição tira Assunção, blefa com Dal’Bosco e emplaca Dorner como candidato

Em uma reviravolta, grupo de Leitão e Taques traz ex-deputado para disputar a eleição para prefeito

Às vésperas das convenções municipais, o grupo que compõem a oposição em Sinop redefiniu o seu pré-candidato a prefeito. O vereador Fernando Assunção (PSDB), que vinha sendo trabalhado desde maio como o nome do grupo para disputar o pleito, anunciou a retirada da sua pré-candidatura.

Assunção abre mão “pelo bem do grupo e de Sinop”. Essa foi a fala do vereador durante a coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (29). Antes do anúncio oficial, desde quinta-feira ventilavam-se noticias sobre a desistência de Assunção. O nome apontado em substituição era do deputado Estadual Dilmar Dal’Bosco (DEM), que em junho já havia anunciado que não disputaria o pleito. A movimentação, que chegou a ser noticiada, não se consolidou.

Em uma articulação costurada pelo vice-governador Carlos Fávaro (PSD), com o deputado federal Nilson Leitão (PSDB), e o próprio governador Pedro Taques (PSDB), a oposição conseguiu atrair o ex-deputado federal, Roberto Dorner (PSD). Dorner, que até então não havia colocado o seu nome na disputa aceitou o convite do grupo e foi posicionado como o pré-candidato a prefeito de Sinop.

A reorganização da oposição foi motivada por pesquisas qualitativas feitas nas últimas semanas – todas de consumo interno, não registradas no TRE/MT. Os levantamentos teriam apontado que Dorner seria o melhor nome para a disputa que o grupo poderia atrair, desconsiderando as lideranças que já possuem mandato, como o deputado Dilmar Dal’Bosco e Nilson Leitão.

A retirada de Assunção, além de evidenciar uma postura de desapego, mostra um erro na estratégia do PSDB. O partido que desde Nilson Leitão (2004), não lança um candidato a prefeito em Sinop, iniciou o ano decidido a emplacar o sucessor de Juarez Costa (PMDB). A primeira movimentação foi atrair o ex-deputado Dilceu Dal’Bosco, que deixou o DEM para ingressar no PSDB, mas acabou desistindo da candidatura, apoiando Assunção. Os tucanos também filiaram o presidente da OAB Sinop (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Guerra, posto como pré-candidato, mas que também abriu mão. Fernando foi se fortalecendo dentro do grupo mas sua candidatura não repercutiu junto ao eleitorado. Nas duas primeiras pesquisas eleitorais registradas, feitas em Sinop, Assunção não passou dos 12%.

Dorner não chegou a ser avaliado pelas pesquisas, que consideraram apenas as pré-candidaturas de Rosana Martinelli (PR), Fernando Assunção e Dalton Martini (PP). No entanto, nas duas espontâneas Dorner foi citado pelos eleitores – ainda que com menos de 1%. Essa “presença” na memória do eleitorado é importante, já que nessa mesma pesquisa, 58% dos eleitores não apontaram nenhum candidato.

O grupo que sustenta a candidatura de Dorner é formado por PSDB, DEM, PSD e PSB, com a possibilidade de ingresso de outros partidos. Assunção é o pré-candidato a vice-prefeito, composição que deve ser confirmada nas convenções dos partidos, marcadas para este sábado. Dorner já foi pré-candidato a prefeito em 2004, 2008 e 2012, mas em nenhuma chegou a disputar a eleição. Ele obteve êxito na eleição de 2010, quando disputou o cargo de deputado federal, acumulando 50% dos votos válidos em Sinop, o que lhe conferiu a suplência. Dorner chegou a assumir a vaga na Câmara Federal por pouco mais de um ano.

Dorner é um dos pioneiros de Sinop, é proprietário das emissoras do SBT no Estado. A agropecuária e as concessões para o transporte fluvial (balsas de rio), são os principais atividades econômicas de Dorner. No ano passado o empresário perdeu sua esposa, Ivete Cotti Dorner, em um trágico acidente de trânsito na MT-220, rodovia que passa em frente de uma das suas propriedades.