Sinop
Projeto para autorizar pagamento de impostos com cartão é reprovado
Decisão da Câmara impede contribuinte de quitar tributos com crédito ou débito
Política | 13 de Agosto de 2019 as 10h 07min
Fonte: Jamerson Miléski

O contribuinte de Sinop terá que continuar pagando seus impostos municipais com dinheiro ou através do boleto. A Câmara de vereadores do município reprovou na sessão de ontem, segunda-feira (12), o projeto de lei 068/2019, que permitia a prefeitura operar o recebimento de tributos com cartão de crédito ou débito. Foram 9 votos contra o projeto e apenas 6 pela aprovação. Reprovaram o projeto os vereadores Mauro Garcia (MDB), Tony Lennon (MDB), Lindomar Guida (MDB), Joaninha (MDB), Maria José (MDB), Hedvaldo Costa (PR), Professora Branca (PR), Remídio Kuntz (PR) e Joacir Testa (PDT).
O projeto foi elaborado pelo vereador Adenilson Rocha (PSDB) – oposição a prefeita Rosana Martinelli (PR). A matéria relativamente simples, obrigava o município a também receber tributos através dos cartões. Para desviar do vício de iniciativa (uma vez que o legislativo não pode gerar despesas ao poder executivo), o projeto mencionava a aplicação de uma taxa de administração sobre o valor do imposto – para cobrir a despesa da operadora do cartão. O único tributo que não poderia ser pago com cartão é a parcela única do IPTU, da qual já incide desconto.
A “taxa extra”, foi utilizada como argumento por quem votou contra. Lindomar Guida disse que o projeto passa uma falsa impressão de que vai “ajudar” o contribuinte, quando na verdade vai forçar o cidadão a pagar mais uma taxa. Guida, e também Joacir Testa, pediram para que Adenilson retirasse o projeto de lei e encaminhasse ao Executivo municipal como anteprojeto. Dessa forma a prefeita poderia retornar com o projeto para Câmara, sem o impacto da taxa extra. “Dessa forma evitaríamos um veto por vício de iniciativa”, justificou Testa.
A professora Branca, em sua fala, frisou que as operadoras de cartões não recolhem ISSQN (Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza), no município e sim em suas cidades “matriz”. “Enquanto isso não for resolvido, quanto menos usar o cartão melhor”, disse a vereadora.
Quem também justificou seu voto demonizando o uso de cartão de crédito foi o presidente da Câmara, Remídio Kuntz. Ele tinha a prerrogativa de votar apenas em caso de empate, mas decidiu se posicionar. Para Kuntz, o cartão pode ser algo perigoso para o contribuinte. “Na hora você parcela em 7 vezes. Mas e depois? Eu só tenho um cartão [de crédito] da Caixa porque me obrigaram. Por mim eu jogava no lixo. Na minha casa eu não deixo minha esposa e meus filhos usarem cartão”, comentou Remídio, fazendo menção aos juros e acumulo de dívidas que o uso de cartões de crédito podem gerar.
Para o autor do projeto, a visão é retrograda e o voto de reprovação foi político. Segundo ele, o jurídico da Câmara tomou o cuidado de fazer uma consulta e atestou a legalidade do projeto. Receber tributos no cartão, defendeu Adenilson, seria uma forma de modernizar a máquina pública e permitir que o cidadão que quer pagar o imposto tenha uma ferramenta a mais para parcelar a dívida.
Quanto a “taxa extra”, Luciano Chitolina, defensor do projeto, disse que “falar que vai dar custo para população é tentar justificar o injustificável”. Para ele a taxa, que deve flutuar na casa dos 2%, é o preço da comodidade que o cidadão pode escolher ou não pagar. “Ninguém vai ser obrigado a pagar no cartão. Os vereadores estão querendo dizer que projeto é bom, mas só se for vir do Executivo? Isso [a votação] já foi decidido hoje de manhã”, acusou Chitolina, em uma referência a reunião dos vereadores da base com a prefeita Rosana e o procurador jurídico da prefeitura, Ivan Schneider, na manhã de segunda-feira.
Sobre o veto, Adenilson desafiou. Já reconhecendo a derrocada do seu projeto ele disse que desejaria a aprovação da matéria só para ver o argumento do procurador da prefeitura para vetar a lei. “Eu queria ver o doutor Ivan justificar o veto. Queria ver os argumentos desse Ministro do STF de Sinop”, provocou o vereador.
O líder da prefeita na Câmara, Mauro Garcia, rebateu a existência de uma engenharia política para derrubar o projeto. “Tem vereador trabalhando com adivinhação. O jurídico da prefeitura não se posicionou sobre o projeto. A prefeita não pediu para a bancada reprovar o projeto. Cada vereador votou de acordo com seu entendimento. O meu é de que, se o executivo foi o autor do projeto, ele pode isentar essa taxa e, ai sim, dar benefício para o contribuinte pagar seus impostos com o cartão”, pontuou.
O projeto foi reprovado em segunda votação. Com ou sem anteprojeto, retornar com o assunto para Câmara é uma decisão exclusiva da prefeita Rosana Martinelli. Não há qualquer obrigação legal para tal.
Notícias dos Poderes
Senado aprova projeto que aumenta de 513 para 531 o número de deputados federais
26 de Junho de 2025 as 08h00'Bolsonaro da Shopee' de MT se lança como candidato e desafia TSE e Alexandre de Moraes
A possível candidatura já havia sido adiantada pelo deputado Gilberto Cattani (PL) na semana passada
25 de Junho de 2025 as 15h55‘Chocho ou estéril’, relata juiz ao absolver Dorner
Ação que investigava caixa 2, compra de votos e uso da máquina pública em campanha foi julgada improcedente
25 de Junho de 2025 as 14h30CNJ realiza Inspeção no TJMT que tenta se livrar da mácula por venda de sentenças
Corregedor nacional de justiça, ministro Mauro Campbell é aguardado para inspeção que vai inspecionar atuação de desembargadores, juízes e serventias
23 de Junho de 2025 as 09h28Disputa na OAB envolve articulação do Paiaguás ao TJMT
20 de Junho de 2025 as 08h42Bancada de MT derruba veto de Lula e apoia medida bilionária que pode aumentar a conta de luz
20 de Junho de 2025 as 09h40Bortolin aposta em federação pra manter deputado Juarez Costa no MDB
20 de Junho de 2025 as 07h29Candidatos a presidente do PT fazem debate em Sinop
Encontro colocará em confronto os dois nomes que disputam a presidência do PT em Mato Grosso
18 de Junho de 2025 as 11h12