Eleições 2018
PSDB já admite abrir mão de Leitão ao Senado
Presidente do PSDB afirma que prioridade é reeleição de Pedro Taques
Política | 17 de Novembro de 2017 as 14h 38min
Fonte: Folhamax
O recém-eleito presidente do PSDB de Mato Grosso e ex-vereador de Cuiabá, Paulo Borges, disse que depende da gestão do Governo o projeto do partido de trabalhar pela reeleição do governador Pedro Taques (PSDB), em 2018, e lançar uma candidatura ao Senado, fato que pode prejudicar alianças com nomes importantes da política mato-grossense, como o Ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP), o ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (PSB), além do ex-governador Jayme Campos (DEM). Nilson Leitão, deputado federal pela sigla, tenta viabilizar sua candidatura ao Senado. “Depende muito da gestão do Governo do Estado. Se nós estivermos bem nós teremos condições de estar lançando o projeto de reeleição do Pedro Taques e do Senado”, disse Borges.
A informação foi dada em entrevista a edição do Jornal do Meio Dia da última terça-feira (14). Ele admitiu que o Governo do Estado enfrenta um momento delicado na área da saúde agravada pela falta de pagamentos aos fornecedores, além da iminência do fechamento dos hospitais filantrópicos e das UTI’s neonatais de Rondonópolis. “Temos um problema crônico na saúde. Mas nós temos uma equipe aguerrida no Governo do Estado. Eles estão trabalhando para tentar sanar. Nós temos que resolver isso aí, temos uma força tarefa, temos profissionais excelentes dentro do Governo do Estado para conseguirmos reverter esse quadro”, disse Borges.
Questionado se houve uma conversa dura entre o deputado federal Nilson Leitão e o governador Pedro Taques sobre a escolha do próximo presidente do PSDB de Mato Grosso – Paulo Borges foi eleito no último dia 10 de novembro, tendo Leitão como principal cabo eleitoral -, o representante mato-grossense da sigla disse que “ficou sabendo pela imprensa” do suposto diálogo.
Mas afirmou que este tipo de tratativa é corriqueira e que sua liderança foi uma decisão do partido. “É o que nós ouvimos, ficamos sabendo disso através da imprensa. Conversei com o deputado Nilson Leitão, e o deputado falou que isso é uma coisa corriqueira, natural. Ele diverge de alguns pontos do governador do Estado e ele foi levar sim uma decisão do partido, onde foi colocado nosso nome como um candidato de consenso. Eu fui inclusive lançado pelo ex-governador Rogério Salles e nossa missão agora é o diálogo, é o entendimento, a conciliação”, disse Borges.
ABRIR MÃO
De acordo com a legislação eleitoral, uma coligação partidária só pode lançar um candidato a governador e até dois senadores. Mesmo com a intenção do PSDB de lançar dois nomes para os principais cargos eletivos em nível estadual nas próximas eleições, no caso governador e um senador, Paulo Borges não descartou que “alianças” possam ser realizadas.
Para ele, a pré-candidatura de Nilson Leitão é necessária para a sigla ter uma opção. “No momento hoje o pleito não é do deputado Nilson Leitão. É do partido, que todos ali colocaram como legítimo uma candidatura ao Senado nas convenções do ano que vem. O deputado Nilson Leitão está tentando se viabilizar. É um grande nome da região Norte, não tem nenhum senador dessa região. Agora nós não podemos fazer uma previsão daqui para frente. Se lá na frente o arco de coligações dos partidos, hoje amigos, nós tivermos que abrir mão do Senado, acho perfeitamente normal. O que não podemos é deixar de ter uma opção para não acontecer o que aconteceu na última eleição. Nós tínhamos um candidato ao senado, que era o senador Jayme Campos, que deixou de ser candidato por problemas particulares”, ponderou o dirigente do PSDB.
Apesar de confirmar a rusga entre Nilson Leitão e Pedro Taques, o presidente do PSDB de Mato Grosso disse achar muito difícil que o governador deixe o partido e que irá conversar com o chefe do Executivo, e sua equipe, para ver “qual é o problema que está tendo”. Paulo Borges também disse que “não trabalha com outra possibilidade” além da reeleição de Taques. “Primeiro nós temos que sentar com o governador, com toda a executiva, ouvir qual é o problema que esta tendo. A rusga que esta tendo. Nós não trabalhamos com outra possibilidade. Do partido em hipótese alguma. Hoje o projeto nosso é a reeleição do Governador”.
Paulo Borges também comentou a disputa interna do PSDB Nacional, que discute o apoio ao presidente Michel Temer (PMDB), ou a saída da base aliada. Ele sinalizou que, a partir da orientação do deputado Nilson Leitão, a tendência seria pela “unidade”, e que o diretório regional apoiaria a candidatura do ex-governador paulista Geraldo Alckmin à presidência da república. “Ouvi do Nilson que ele trabalha pela unidade. O Alckmin assumir a presidência do partido, que ele é um pré-candidato a presidência da república e nesse caso unificaria todas as divergências internas do diretório nacional”, disse Borges.
Lideranças do PSDB vem ensaiando deixar a base de apoio a Michel Temer, porém, as tentativas esbarram no senador e presidente afastado da sigla, Aécio Neves. Ele recentemente disse que o partido deve sair do Governo pela “porta da frente”.
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