Operação Rêmora
Quadrilha das escolas causou prejuízo de R$ 400 mil
É o que aponta o relatório CGE da Controladoria Geral do Estado nos contratos investigados
Política | 28 de Setembro de 2016 as 16h 15min
Fonte: Jamerson Miléski
A Controladoria Geral do Estado (CGE-MT) finalizou a auditoria nas obras licitadas e contratadas pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e investigadas na Operação Rêmora, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado). Conforme o relatório, foi identificado dano potencial na ordem de R$ 400 mil. Na avaliação da Controladoria, embora o montante de licitações manipuladas pela quadrilha alcançasse R$ 56 milhões, apenas R$ 21,5 milhões se concretizaram. Como se tratavam de obras recentes, em fase de execução, o Estado havia pago apenas R$ 3,7 milhões dos valores referentes a esses contratos frutos de licitações armadas. Na conta da CGU, o sobrepreço (valor acima do que deveria ser pago), foi na ordem de 10%. Por isso o dano potencial estimado foi de R$ 400 mil, sendo o valor que o Estado efetivamente pagou a mais para os criminosos. A Controladoria não considerou o prejuízo do Estado em paralisar as obras e contratos, refazer os processos licitatórios ou do atraso para a entrega dessas obras à população.
O relatório
Dos certames analisados, que somam R$ 56 milhões, a CGE apurou que foram efetivamente licitados R$ 21,5 milhões e, desse valor, foram executados apenas 17%, o equivalente a R$ 3.707.930,49. Diante disso, o dano potencial aos cofres do Estado é de R$ 370 mil a R$ 400 mil.
A CGE auditou todas as licitações realizadas pela Seduc desde a data do suposto conluio, em setembro de 2015, das empresas indiciadas pelo Gaeco. O relatório será encaminhado ao Ministério Público e deverá auxiliar a ação penal em andamento, bem como deverá fazer parte do lista de provas do processo administrativo da responsabilização (Lei Anticorrupção).
O maior certame seria o decorrente do Edital de Licitação de Concorrência Pública n. 003/2015/Seduc, no valor de R$ 22 milhões.
A licitação foi iniciada, mas o processo não foi concluído porque a Seduc revogou o edital em janeiro de 2016, ou seja, antes da Operação Rêmora, realizada em 03 de maio. A revogação atendeu ao Parecer de Auditoria n. 34/2016 da CGE, bem como a orientações da Secretaria de Estado de Gestão (Seges) e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Condes).
No parecer, a CGE recomendou tempestivamente a revogação do edital por conter graves vícios que restringiam a competitividade na contratação de serviços de manutenção das escolas de Cuiabá e Várzea Grande.
Seguindo a análise de auditoria, a CGE constatou que um bloco de licitações no valor de R$ 13 milhões também estava na mira do suposto esquema. Como a realização dos certames estava programada a partir de julho/2016, os processos não prosseguiram devido à Operação Rêmora, em que foi evidenciado que os empresários tiveram acesso aos dados da fase interna.
Outras 16 obras, no montante de R$ 21,5 milhões, foram alvos do suposto esquema. Elas foram licitadas e contratadas entre a data da reunião das empresas para arquitetar o suposto conluio e a deflagração da operação policial.
No trabalho, a CGE apurou que, dos R$ 21,5 milhões, foram executados apenas 17%, o equivalente a R$ 3.707.930,49. Três obras sequer foram iniciadas. “Não fosse a colaboração do denunciante, a investigação do Gaeco, a auditoria da CGE e a imediata interrupção pela Seduc dos contratos objetos da Operação Rêmora, o dano material ao erário poderia ter sido maior”, ressalta o secretário-controlador geral do Estado, Ciro Rodolpho Gonçalves.
Sobrepreço
Na análise das 16 obras licitadas, a CGE constatou que o conjunto delas foi contratado com 10% de sobrepreço em relação ao valor de mercado. Ao se considerar as obras individualizadas, 1/3 delas tiveram sobrepreço entre 10% e 22%.
O relatório aponta também casos de obras que, embora tivessem sobrepreço relevante, sequer foram iniciadas, a exemplo da Escola Estadual Marechal Cândido Rondon, em Nobres (MT).
“Dado o índice médio de sobrepreço na ordem de 10% e cumulado ao fato de apenas 17% dos contratos terem sido executados, conclui-se que o dano potencial esteja na ordem de R$ 370 mil a R$ 400 mil, dano este que será repatriado no procedimento de responsabilização das empresas envolvidas”, salienta o secretário-controlador.
Novas licitações
Os 16 contratos, que já haviam sido suspensos pela Seduc em maio de 2016 por conta da Operação Rêmora, estão em processo de rescisão.
As novas licitações para o alcance dos respectivos objetos serão realizadas com as cautelas necessárias evidenciadas na auditoria e em outro trabalho (Ordem de Serviço 89/2016) em andamento pela Controladoria.
Responsabilização
Em 18 de maio/2016, a CGE e a Seduc abriram processos administrativos para apurar a responsabilidade de 22 empresas e três servidores no suposto esquema.
O processo relativo às construtoras (Portaria Conjunta n. 198/2016/CGE-COR/SEDUC) remete à Lei Anticorrupção (Lei Federal 12.846/2013), que prevê aplicação de multa de até 20% do faturamento bruto da empresa. Quando não for possível esse cálculo, a multa pode variar de R$ 6 mil a R$ 60 milhões. O valor, no entanto, não pode ser inferior à vantagem obtida.
As empresas processadas estão também sujeitas às sanções administrativas da Lei de Licitações (Lei Federal n. 8.666/1993), como restrição ao direito de participar de licitações e de celebrar contratos com a administração pública.
Notícias dos Poderes
Prazo para tirar título no cartório eleitoral vai até 8 de maio
Mais de um milhão de pessoas tiraram o título de eleitor de janeiro a março deste ano
17 de Abril de 2024 as 07h23Mudança de Partido do Presidente da Câmara Municipal de Sinop: Paulinho Abreu migra para o Republicanos
08 de Abril de 2024 as 17h13Apoiadores lotam aeroporto em recepção a Bolsonaro, que cumpre agenda em Mato Grosso
Autoridades também se encaminharam pra o local
08 de Abril de 2024 as 10h38Dilmair Callegaro deixa o PSDB e se filia ao PL de Bolsonaro
05 de Abril de 2024 as 19h53Dorner processa Dalton e Justiça aplica multa de R$ 30 mil
Vice-prefeito acusou o prefeito de corrupção e foi condenado por propaganda eleitoral negativa
03 de Abril de 2024 as 15h35MDB emplaca novo secretário de Meio Ambiente da gestão Dorner
Jorge Muller vai substituir Ticola, que deixa o cargo para concorrer a vereador
02 de Abril de 2024 as 22h25Pesquisa aponta favoritismo do atual prefeito para reeleição
Toninho Tijolinho obteve a maior intenção de votos em todos os cenários simulados
26 de Março de 2024 as 17h29Bancada do PL conversou antes de Valdemar anunciar filiação de Dorner
Reunião foi antes da gravação do vídeo que anunciou o ingresso do prefeito no PL
22 de Março de 2024 as 16h59