Sinop
Servidora acusa vereador tomar documento de farmácia regional
Vereador se defende dizendo que o documento lhe foi dado e que estava fazendo o seu papel
Política | 16 de Setembro de 2016 as 18h 20min
Fonte: Jamerson Miléski
O fato ocorreu na manhã de quinta-feira (15), por volta das 9h, e foi narrado em um Boletim de Ocorrência registrado na delegacia de polícia civil de Sinop, pela servidora pública que presenciou a ação. De acordo com o registro feito na delegacia, o vereador de Sinop, Wollgran Araújo (DEM), entrou na Farmácia Regional que atende a região do grande Boa Esperança, localizada na Avenida André Maggi, pedindo a relação dos medicamentos que estavam em falta no estoque da unidade. A servidora que atendeu Wollgran comunicou a coordenação da Farmácia para que verificasse a possibilidade de atender ao pleito do vereador. A servidora foi orientada a passar as informações verbalmente para o vereador, informando quais os medicamentos estavam faltando na unidade.
Segundo a servidora narrou no Boletim de Ocorrência, Wollgran não ficou satisfeito com a resposta e invadiu o espaço onde são armazenados os medicamentos e começou a revistar as prateleiras. Nesse momento o vereador viu a lista de medicamentos que estava na prancheta da servidora, tomou das suas mãos e guardou o documento no bolso da calça. A servidora insistiu para que Wollgran devolvesse a relação dos medicamentos, mas o vereador simplesmente virou as costas e foi embora, entrando em seu carro e deixando o local.
Segundo o secretário de Saúde de Sinop, Manoelito Rodrigues, o documento que o vereador tomou da servidora e levou embora era um “check list” (uma lista de conferência), dos medicamentos que precisavam ser repostos na unidade. “É um documento de controle interno. Os funcionários das farmácias regional fazem o levantamento do estoque disponível na unidade e relacionam os medicamentos que precisam ser repostos. Essa lista é encaminhada para o CALS (Centro de Apoio Logístico de Saúde), que recebe a relação e processa para que os medicamentos que estão na central sejam encaminhados para as unidades espalhadas pela cidade”, explica Manoelito.
Conforme o secretário, após o envio da lista para o CALS, o medicamento que está em falta – caso esteja disponível no estoque central – é encaminhado para a farmácia regional em um prazo médio de 24 horas. O documento subtraído pelo vereador não tinha cópia, uma vez que se trata de uma relação dinâmica. Conforme o secretário, a ação de Wollgran ao roubar o documento obrigará as servidoras a fazer um novo levantamento, formulando um novo check-list que será encaminhado para o CALS. Ou seja, o ato do vereador atrasou em pelo menos 2 dias a reposição dos medicamentos na unidade de distribuição.
Servidores que trabalham na farmácia regional disseram que o vereador compareceu outras vezes na unidade no último mês, buscando “tiras de reação para testes de diabetes”. Tratam-se de pequenos pedaços de papel com um componente reagente que indica o índice de glicose no sangue de uma pessoa. As tiras são especialmente importantes para portadores de diabetes terem controle do seu índice glicêmico. As fitas seriam para a filha do vereador, que é portadora de diabetes. “Realmente tivemos um problema com esse item. Fizemos a licitação e expedimos a ordem de compra, mas o fornecedor atrasou a entrega. A situação já está regularizada”, afirma o secretário de Saúde.
Boletim de Ocorrência registrado pela Servidora
Wollgran nega
O GC Notícias entrou em contato com o vereador Wollgran Araújo através do seu gabinete, na tarde dessa sexta-feira (16) – horário de expediente da Câmara. O assessor informou que o vereador não se encontrava na Câmara e passou o número do seu celular. Por telefone a reportagem contatou Wollgran, informando o assunto.
Wollgran disse que não estava sabendo, que não havia subtraído documento nenhum e que não havia acontecido nada. Insistimos informando do B.O registrado pela servidora, ele disse que iria até a delegacia registrar um Boletim de Ocorrência, que já resolveria o assunto e desligou o telefone, informando que retornaria. Cerca de 40 minutos retornou dizendo que estava na delegacia e que não havia nenhum B.O registrado contra ele. Informamos o número do documento, o vereador agradeceu e garantiu que retornaria a ligação.
Cerca de uma hora e meia depois Wollgran contatou o GC Notícias. O vereador disse que ficou surpreso com a denúncia registrada no Boletim de Ocorrência e que não tomou a lista de medicamentos a força. “Eu estive na Farmácia para apurar a situação do estoque de medicamentos. Solicitei a relação, ela pediu a permissão do superior e pegou uma lista em branco e foi fazendo um ‘x’ nos remédios que estavam faltando. Depois ela me entregou a relação e eu saí da farmácia”, declarou Wollgran, afirmando que não houve conflito algum com a servidora.
Wollgran encaminhou para o GC Notícias uma imagem que alega ser a lista dos medicamentos que recebeu na Farmácia Regional. O vereador também apresentou uma certidão expedida pelo Ministério Público as 9h30 de quinta-feira (15). Wollgran foi ao MP protocolar as informações referentes a falta de medicamentos, que estavam na relação. O MP entendeu que não haviam informações suficientes para caracterizar uma denúncia formal. “Eu estava no exercício da minha função, fiscalizando os estoques de medicamentos da rede pública... ... não se pode querer trancar os direitos do vereador”, reforçou Wollgran.
Segundo o vereador, a relação apontava a falta de 39 medicamentos na Farmácia Regional, que atende os pacientes SUS. “Até paracetamol e dipirona estava faltando”, comentou Wollgran, que pretende oferecer uma denúncia sobre o assunto na próxima semana.
Certidão do MP alegando que Wollgran apresentou a lista dos medicamentos como informação ao órgão
A primeira página de um total de 5 do documento que o vereador diz ter recebido da servidora
Câmara sem corregedor
O GC Notícias também entrou em contato com a Câmara Municipal para saber se a corregedoria da casa de leis tomaria algum providência com relação a denúncia feita pela servidora – uma vez que a situação pode ser enquadrada como quebra de decoro parlamentar. A assessoria da Câmara informou que o cargo de corregedor do legislativo está “vago”, ou seja, não existe um corregedor empossado. O último corregedor da Câmara foi Fernando Assunção (PSDB), no biênio 2013-2014. Desde o final da vigência a Câmara não elegeu um novo corregedor.
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