Sondado por vários partidos, Guerra estuda uma possível candidatura

Advogado e presidente da OAB de Sinop pode ser uma das surpresas da política em 2016

O advogado criminalista, professor universitário, filho de juiz pioneiro na cidade de Sinop e presidente reeleito da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Guerra é a pessoa mais cotada no meio político de Sinop entre os “virgens” na política. Nas últimas semanas, diversos partidos políticos tem mantido contato com o advogado em busca de uma aproximação. Os convites partem desde aspirantes à política, até do próprio governador do Estado.

Na última sexta-feira (11), Guerra foi recebido por Pedro Taques (PSDB), em seu gabinete. A conversa foi sobre a eleição para prefeito de Sinop. Guerra foi convidado a compor o grupo político que se articula para disputar o pleito com um novo projeto administrativo para Sinop.

Antes disso, a vice-prefeita, Rosana Martinelli (até agora o nome mais sólido para o projeto de sucessão do prefeito Juarez Costa), já havia conversado com o advogado e feito um convite similar. Outros partidos, como o PSD e o PDT, e possíveis candidatos emergentes desse pleito também sondaram Guerra. Mas até agora o novo “cobiçado” da política local continua sem partido.

Por telefone Felipe Guerra conversou com nossa reportagem nessa quarta-feira (16). Ele estava na capital do Estado e comentou um pouco sobre esse aliciamento de várias correntes políticas. “Por enquanto tenho dificuldades em me posicionar sobre esse assunto. Acredito que até sexta-feira (18), eu tenha uma definição”, declarou Guerra.

A fala mostra uma leve mudança de posição do presidente da OAB. Logo após a sua reeleição, em novembro do ano passado, Guerra praticamente desconsiderou a possibilidade de se lançar na política. Seu nome ganhou evidência logo após encabeçar um movimento composto por 21 entidades de classe do município, que encampou a discussão do novo código tributário do município, tendo como uma das premissas a redução das alíquotas do IPTU. “Tenho pensado e refletido muito. Meu medo é perceber daqui 4 ou 5 anos que pequei por omissão. Por isso estou revendo minha posição sobre ingressar na política”, explicou Guerra.

“Pecar por omissão”, segundo o presidente da OAB, seria abrir mão de uma possível candidatura e, por consequência, de um projeto coerente para a prefeitura de Sinop. “As manifestações do último domingo me tocaram. As pessoas estão insatisfeitas com o atual modelo de política e eu me incluo entre essas pessoas. A impressão é de que não querem mais políticos, querem técnicos, que saibam o que estão fazendo”, comentou Guerra.

O ingresso do advogado na política passa, obrigatoriamente, pela construção de um projeto consistente. Guerra disse que não irá abrir mão do seu compromisso e da sua carreira na advocacia “por uma aventura”. “Existem duas condições cruciais para que eu aceite fazer parte de um projeto político e de uma eventual candidatura. Primeiro é não pegar dinheiro ruim [para campanha]. A segunda é não lotear os cargos da prefeitura. Só essas duas coisas já tornam o meu nome pouco atrativo para disputar a eleição na maioria dos partidos”, declarou.

Nessa forma que Guerra vê a política, existem dois nomes ao qual tem uma inclinação. Ou seja, se for escolher ingressar nesse meio, esses são os possíveis lados que Guerra deve cair. Na entrevista o advogado disse que se sente cativado pela figura do atual governador. “É um homem que trouxe um novo ar para política”, comentou Guerra, esboçando uma simpatia com os políticos oriundos do meio jurídico. Outro nome bem comentado por Felipe foi o da vice-prefeita Rosana Martinelli. “Vejo ela como uma pessoa que se preparou para essa função, que consegue conversar com todos e buscar caminhos para administrar”, declarou.

Guerra não inflou os outros nomes de possíveis candidatos de Sinop ou de grupos políticos. Disse que não vê com bons olhos algumas possíveis candidaturas mas preferiu não citar os nomes. Pelo menos até a sua decisão, que deve ser tomada na próxima sexta-feira.