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Simpósio

Sistemas integrados facilitam o manejo de plantas daninhas em sistemas produtivos

Rural | 01 de Outubro de 2015 as 15h 19min
Fonte: Gabriel Faria - Embrapa Agrossilvipastoril

A monocultura e a sucessão das mesmas culturas nos sistemas produtivos têm contribuído para tornar cada vez mais complexo o manejo de plantas daninhas. Para evitar o uso excessivo de herbicidas, encarecendo a produção, uma boa alternativa é a rotação de culturas e a utilização de sistemas integrados de produção como a integração lavoura-pecuária.

Durante o I Simpósio Nacional sobre Plantas Daninhas em Sistemas de Produção Tropical, realizado nos dias 29 e 30 de setembro em Sinop (MT),  foram apresentados alguns resultados de pesquisa que mostram a eficiência da manutenção de cobertura viva e de palhada no solo para a redução da população de plantadas daninhas. Plantas como as crotalárias, as braquiárias, o milheto e os consórcios com milho exercem uma competição com as espécies indesejadas e ainda as suprimem devido ao sombreamento e à palhada que formam.

Exemplos mostrados pelo professor da Universidade Federal de Goiás, Paulo Timossi, evidenciam como é possível reduzir altas infestações de plantas daninhas como a buva, por exemplo, utilizando outras culturas.

De acordo com ele, a integração lavoura-pecuária é uma das principais estratégias a serem utilizadas pelos produtores, pois além de suprimir as plantas invasoras, possibilitam a geração de renda com a pecuária.

 

Pastagem

A integração lavoura-pecuária também foi apontada como importante ferramenta a ser utilizada quando se trata de pastagens degradas. De acordo com o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Moacyr Dias-Filho, além de reduzir os custos com a recuperação da pastagem, a integração possibilita a recuperação da fertilidade do solo e, consequentemente, reduz-se a possibilidade de reinfestação de plantas daninhas na pastagem restaurada.

Ele explica que as plantas daninhas não são a causa da degradação de pastagens, mas sim uma consequência visível da degradação.

"Apenas o controle de planta daninha não resolve o problema de degradação. É preciso combater a causa. É como combater uma febre sem saber o que está a causando", exemplifica.

Este combate de plantas daninhas em pastagens, no entanto, nem sempre é fácil. Sobretudo quando se tratam de gramíneas como o capim-navalha e o capim capeta. O pesquisador da Embrapa Acre Carlos Maurício de Andrade destacou a falta de produtos seletivos para essas plantas com registro para uso em pastagens. Ele ressalta a necessidade de mais pesquisas nessas áreas e maior articulação junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para que produtos já testados tenham seu uso liberado nessas condições.

Enquanto esses herbicidas não são liberados, os pecuaristas podem lançar mão, além da integração com lavoura, de formas de controle manuais e com a utilização de aplicadores seletivos, como as enxadas químicas. Porém, a adoção de cada estratégia varia de acordo com as características da infestação das plantas daninhas e também com a disponibilidade de maquinário, mão-de-obra e com as condições de logística da fazenda.

 

Simpósio

O I Simpósio Nacional sobre Plantas Daninhas em Sistemas de Produção Tropical ocorre simultaneamente ao IV Simpósio Internacional Amazônico sobre Plantas Daninhas. Durante dois dias, os eventos contaram coma participação de mais de 300 pessoas entre estudantes, pesquisadores, técnicos e produtores.

A programação contou com quatro mesas redondas que discutiram diferentes temas referentes ao manejo de plantas daninhas em sistemas agrícolas para uma produção sustentável. O Simpósio também teve espaço para apresentações orais de trabalhos e apresentação de 85 pôsteres científicos.

Os eventos foram realizados pela Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas (SBCPD) e organizados pela Embrapa, Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).

Contaram com Apoio da Aeagro, Capes, CNPq, IMAmt e Sindicato Rural de Sinop; e patrocínio da Bayer, Dow AgroSciences, Banco da Amazônia, Agrisus, Aprosoja, Crea-MT, Monsanto, Nortox e Senar-MT.