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Saúde Pública

Hospital sem UTI neonatal improvisa tenda de oxigênio com garrafão para atender bebês

Segundo o hospital, a prática é frequente e que é usada para salvar vidas

Saúde | 01 de Julho de 2019 as 09h 00min
Fonte: G1

Uma espécie de incubadora foi improvisada com garrafão de água pelos enfermeiros do Hospital Municipal André Maggi, em Colniza, a 703 km de Sinop, para atender um bebê prematuro. O hospital não possui Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal e, consequentemente, equipamentos necessários para o tratamento dos prematuros.

De acordo com a diretora do hospital, a enfermeira Maria Helena Da Costa Pinto Nothnagil, o hospital não possui incubadora e o aparato improvisado é uma prática frequente para auxiliar bebês prematuros. A equipe utiliza do meio para ajudar na preservação da vida dos recém-nascidos.

Maria Helena contou que desde o início da gestão dela, em 2015, o hospital não possui incubadoras e que há 4 anos o meio de improvisação é frequente. O hospital não funciona como maternidade.

A incubadora improvisada é feita com um garrafão de água cortado ao meio, com um furo na parte superior onde é encaixado a mangueira do balão de oxigênio e as bordas cortadas, vedadas com fita crepe, facilitando a respiração do bebê.

Segundo a diretora, o município já solicitou várias vezes uma incubadora, mas não recebeu o equipamento. "Em uma época, o estado disponibilizou, mas a incubadora não foi entregue ao hospital por falta de transporte", contou.

Ela disse que um bebê nascido prematuro já ficou internado na incubadora improvisada por 23 dias até ser transferido para uma UTI em outro município.

O hospital ganhou nesta sexta-feira (28) uma incubadora, depois de ser publicado em uma rede social uma foto de um bebê no aparato improvisado. Uma das médicas responsáveis do hospital foi no município de Alta Floresta, a 800 km da capital, buscar de transporte aéreo o equipamento fornecido pelo estado.

A incubadora improvisada foi mostrada pela deputada estadual Janaina Riva (MDB) em uma postagem na página dele em uma rede social. Ela recebeu a foto de uma moradora indignada com a situação.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde e Saneamento, foram encaminhados vários ofícios ao governo do estado solicitando incubadoras para o hospital, mas nunca obteve retorno, e que a prática da incubadora improvisada com garrafão é comum, mas que serviu para salvar diversas vidas.

O secretário de Saúde e Saneamento, José Vanderlei Nunes, disse que o hospital vive uma situação complicada, mas que todos se esforçam na medida do possível para cumprir com direito a vida. Devido à repercussão da denúncia, o município conseguiu uma incubadora para substituir a improvisada, segundo ele.

Ele contou ainda que o município firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT) de Juína, a 737 km da capital, e receberá em breve, três equipamentos de saúde, como um aparelho de ultrassonografia, um desfibrilador e um autoclave.

A Secretaria de Saúde de Mato Grosso, por sua vez, alegou que a gestão do hospital é de responsabilidade do município e que o estado tem obrigação para com os hospitais regionais. Afirmou que o estado repassa recursos para a saúde dos municípios adquirirem e contratarem o que for necessário para o setor.