Domo de Araguainha
Cratera em MT após meteoro é maior do que cidade do Rio
Com um diâmetro de 40 quilômetros e área total de aproximadamente 1,3 mil km², a cratera é maior que a cidade do Rio de Janeiro, que tem 1,2 km²
Economia | 27 de Abril de 2025 as 16h 29min
Fonte: Redação G1-MT

Há cerca de 250 milhões de anos, um asteroide com cerca de 4 quilômetros de diâmetro atingiu a Terra com força e deixou uma "cicatriz", que hoje é um tesouro para pesquisadores e deve virar um parque geológico do Brasil: o Domo de Araguainha, a maior cratera criada por um meteoro na América do Sul, de acordo com pesquisa feita pelo professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e estudioso sobre a cratera há mais de 40 anos, Álvaro Crósta.
Meteoro é o termo usado para se referir a um asteroide ou um fragmento dele quando entra na atmosfera da Terra.
O Domo de Araguainha é um dos 100 principais sítios geológicos do mundo, reconhecido pela International Union of Geological Sciences (IUGS), ligada à Unesco.
Parte da cratera, 60%, fica nas cidades de Ponte Branca, Araguainha, Alto Araguaia, em Mato Grosso, e o restante está nas cidades goianas de Doverlândia, Mineiros e Santa Rita do Araguaia. O Domo fica na divisa de Goiás e Mato Grosso.
Com um diâmetro de 40 quilômetros e área total de aproximadamente 1,3 mil km², a cratera é maior que a cidade do Rio de Janeiro, que tem 1,2 km². (veja no infográfico abaixo)
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Descoberta
Os primeiros indícios de que o Domo se deu pelo choque de um grande asteroide são de 1973 e foram revelados pelos pesquisadores da Nasa Robert Dietz e Bevan French, que publicarem uma nota sobre a cratera em uma revista científica.
No entanto, a comprovação se deu um pouco mais tarde, a partir de uma pesquisa de Álvaro Crósta, em 1978.
Álvaro contou ao g1 que onde houve a colisão do asteroide, era um enorme mar de águas rasas, o que causou diversos terremotos e tsunamis que se alastraram por aproximadamente 500 km de distância. Toda a vida que havia nesse raio foi afetada.
“Não sabemos as características, porque não sobrou nenhum material para analisar, mas [era] uma esfera de aproximadamente 4 km de diâmetro e a velocidade que chegou à Terra era de 14-16 km por segundo", contou.
Mineral raro
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Mineral Zircão encontrado durante pesquisas no Domo de Araguainha — Foto: Reprodução
De acordo com Álvaro, no local há minerais que foram transformados por um fenômeno exclusivo que afeta rochas da superfície da Terra, conhecido como metamorfismo de choque, causado por altíssima pressão e temperatura.
"Até o momento, não conhecemos minerais formados pelo choque, somente minerais que foram transformados e encontrados em rochas que estavam mais profundas durante o impacto, como o zircão, que foram bastante deformados", contou.
O Domo de Araguainha faz parte das cinco maiores crateras de impacto em toda a América do Sul, sendo oito delas localizadas no Brasil.
Idade
Domo de Araguainha, um dos 100 principais sítios geológicos do mundo pela International Union of Geological Sciences (IUGS) — Foto: Joana Sanchez
Os estudos apontam que o asteroide , há 201 a 250 milhões de anos, primeira fase da era Mesozóica - período anterior a fase Jurássica e Cretácea -, conhecida como a "idade dos dinossauros". Nesta época, os dinossauros ainda não existiam, surgindo milhões de anos depois, ainda durante o mesmo período, Mesozóico.
Segundo Álvaro, o estudo por meio de isótopos — átomos de um mesmo elemento químico com mesmo número de prótons, fundamental para determinar a idade de artefatos —, foi possível indicar a idade dele, em torno de 254 milhões de anos.
De acordo com as características do asteroide, houve destruição de vida em escala regional durante o impacto, como répteis e anfíbios, porém devido o tamanho do asteroide não houve destruição em todo o planeta.
"Não acredito que tenha provocado uma destruição em toda Terra. Certamente houve destruição de vida numa escala regional, até mesmo continental, [mas] ele não teria o tamanho e as características suficientes para produzir uma extinção de massa no planeta", explicou.
Atualmente, a área recebe a visita de estudantes, pesquisadores e curiosos em conhecer o sítio geológico.
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Parte das montanhas de Araguainha, na área central da cratera — Foto: Rodinei Crescêncio/ RDNews
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Parte do Domo de Araguainha — Foto: Divulgação
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