Impulsionado pelo agro, PIB de MT deve registrar 2ª maior alta do país em 2025

Do ponto de vista doméstico, o ano de 2025 inicia com perspectivas mais desafiadoras no âmbito macroeconômico, com política monetária mais restritiva, câmbio depreciado e inflação acima da meta, como destacam os analistas do Banco do Brasil, responsáveis pela publicação ‘Resenha Regional’.  A expectativa é que o agro sustente a economia nacional e as maiores expansões venham do Centro-Oeste, mais especificamente, de Goiás e Mato Grosso.

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para Mato Grosso deve ser de 4,1%, tornando o estado, o 2º que mais deve crescer em 2025, atrás apenas de Mato Grosso do Sul (4,2%), de acordo com projeções do Banco do Brasil divulgadas na última semana.

O destaque é para o setor agropecuário com uma estimativa de 7,7%. Em relação à soja, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que Mato Grosso está entre os estados com maior participação na produção nacional, com 12,3%.

Conforme os analistas, responsáveis pelos dados, “para o ano de 2025, em que pese a manutenção da perspectiva de desaceleração da economia em face de uma política monetária em campo mais restritivo, o crescimento do PIB Agro é ratificado pelos primeiros prognósticos agrícolas que sinalizam uma safra recorde, especialmente influenciada pela safra de soja e milho. Entre os estados, Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina e Bahia passam a contemplar um crescimento marginalmente maior, enquanto São Paulo, Paraná e Minas Gerais, mais sensíveis a política monetária, passam a contemplar um crescimento levemente menor.

O segundo prognóstico do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE para 2025 aponta para uma safra de 311 milhões de toneladas, um crescimento de 7% em relação à safra anterior e 1,2% acima da primeira projeção. Na avaliação do instituto, a melhora no rendimento médio, sobretudo da produção de soja, milho e arroz, notadamente os grãos com maior peso na produção, deve concretizar uma safra recorde no próximo ano. “As condições climáticas que contribuíram significativamente para a redução do rendimento médio das lavouras em 2024 devem permanecer mais benignas nos próximos meses, apesar da previsão de um fenômeno La Niña de intensidade fraca a moderada”, destaca a Resenha.

De acordo com o Boletim Agroclimatológico do INMET, o volume de precipitação observado em novembro em grande parte do país ajudou a melhorar o armazenamento hídrico, com as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste apresentando níveis adequados de umidade no solo para o plantio. Em relação ao progresso de semeadura, dados da Conab indicam que o progresso da soja, milho 1ª safra, feijão e arroz encontram-se mais avançados em relação ao mesmo período do ano anterior. Entre os estados com maior participação na produção nacional, destacam-se a expansão esperada no Paraná (20,3%), Rio Grande do Sul (18,4%), Mato Grosso (12,3%) e Goiás (10,9%) (18,3%).