Agro
Prêmios sustentam preço da soja no Brasil, mas há receio de acordo entre EUA e China
De janeiro a setembro, gigante asiático respondeu por mais de 77% das exportações brasileiras da oleaginosa
Economia | 17 de Outubro de 2025 as 10h 13min
Fonte: Globo Rural

Produtores brasileiros mantêm no radar os possíveis impactos nos preços e na demanda externa por grãos em caso de um eventual acordo de comercialização entre Estados Unidos e China. Com o vaivém das negociações entre as duas potenciais mundiais e uma escalada na guerra comercial recentemente, o Brasil tem sido beneficiado, com ritmo maior de exportações e prêmios mais valorizados para a exportação de soja.
De janeiro a setembro de 2025, a China respondeu por mais de 77% das exportações brasileiras de soja, alta de 4,83% em relação ao mesmo período de 2024. Foram 72,7 milhões de toneladas da oleaginosa embarcadas rumo aos portos chineses. Ao todo, o Brasil vendeu, nos nove primeiros meses deste ano, 93,87 milhões de toneladas aos diversos parceiros mundo afora.
O Mato Grosso atingiu um recorde de exportações de soja com destino à China. Foram 20,07 milhões de toneladas de janeiro a setembro, alta de 15,87% em relação ao total registrado em 2023, até então o maior volume importado pelo país a partir do Estado.
Os mato-grossenses já exportaram 29 milhões de toneladas em nove meses para vários destinos, número recorde na série histórica, superando as 28,34 milhões de toneladas de 2023.
Cleiton Gauer, superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), disse que os preços da soja, atualmente em torno de R$ 110 a saca em Mato Grosso, têm sido sustentados por prêmios valorizados. Segundo ele, a Bolsa de Chicago não tem correspondido a isso e se pautado nas discussões entre EUA e China. Além disso, o dólar não tem colaborado com relação à precificação interna no mercado brasileiro.
Um possível acordo entre americanos e chineses ainda é um ponto de interrogação nas análises atuais do mercado. "Não está contemplada uma possível virada de demanda do Brasil para os EUA neste momento. No curto prazo, tem favorecido muito nosso mercado, valorizando os prêmios e acho que vai continuar", afirmou durante evento em Brasília organizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) e pela Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho).
Uma reaproximação entre EUA e China, com a definição de acordo de comercialização de soja, vai trazer "dor de barriga" aos produtores brasileiros "até as abóboras se ajeitarem na carroça e até que se consiga entender impacto", disse Gauer. "No curto prazo, vai trazer reflexo nos preços, de pressão caso isso aconteça, principalmente quebrando prêmios, reduzindo prêmios nos portos brasileiros", completou.
País deve fazer a lição de casa, diz pesquisador
Mauro Osaki, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), disse que os EUA não têm volume de soja suficiente para atender toda a demanda da China. Por isso, os agricultores brasileiros precisam fazer o "dever de casa", disse no evento.
"Esse é um mercado que Brasil, EUA e Argentina disputam. Neste momento, está favorável para nós. Em um eventual acordo que venha a acontecer entre EUA e China, se vier imposição de certa cota, pode ser desfavorável para nós. Temos que estar preparados para esse cenários", disse.
"O volume que os EUA têm não é suficiente para atender o mercado chinês, vai sobrar mercado para Brasil e Argentina. Quem for mais competitivo vai conseguir manter esse mercado. A lição de casa é ter condições de ter eficiência logística e tributária para não perder esse mercado. Temos que fazer nossa parte, manter competitividade, já que o país vizinho está se mexendo, reduzindo tarifas e têm competitividade maior que a nossa", concluiu.
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