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Gás de cozinha

Venda da Liquigás causa risco de desabastecimento e aumento de preços

Economia | 09 de Agosto de 2016 as 15h 45min
Fonte: Redação

A Petrobras atravessa um dos piores momentos de sua história, tendo encerrado o ano de 2015 com um prejuízo estimado em R$ 34,8 bilhões e com grande perda do grau de investimento e de credibilidade no mercado. Estima-se que a dívida total, hoje, esteja na casa de US$ 125 bilhões – algo em torno de R$ 500 bilhões.

Diante dessa grave crise financeira e de credibilidade, e com o propósito de retomar seu crescimento, a atual diretoria da Estatal iniciou um processo denominado de “desinvestimento”, que engloba a venda de uma série de ativos da companhia.

Entre esses ativos, está a Liquigás, que atua no engarrafamento, distribuição e comercialização de Gás Liquefeito de Petróleo, também conhecido como GLP. A empresa está presente em 23 estados brasileiros, contando com 23 centros operativos, 19 depósitos, uma base de armazenagem e carregamento rodoferroviário e uma rede de aproximadamente 4.800 revendedores autorizados.

A empresa ostenta ampla cobertura nacional e detém aproximadamente 21,86% da cota de participação no mercado, o que lhe garante a vice-liderança no segmento de GLP e a liderança no mercado exclusivo de gás de cozinha (13Kg). E é justamente por isso que a possível venda da Liquigás pode ser extremamente prejudicial a todos os consumidores do Brasil.

Segundo dados do Sindicato das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo, a Ultragaz detém 23,50% de participação de mercado, seguida pela Liquigás, com 21,86%, a Supergasbrás, com 20,44%, a Nacional Gás, com 19,44%, a Copagaz, com 8,25%, a Fogas, com 1,80%, e outras, com 3,98%.

E embora ainda não existam informações oficiais e concretas, especula-se que apenas as empresas líderes do segmento participariam da operação. Tais empresas possuem consideráveis cotas de participação no mercado de GLP e a aquisição da Liquigás por alguma delas causaria grande concentração no setor e certamente prejudicaria a concorrência e a competitividade, provocando forte aumento dos preços do produto, repercutindo, diretamente, no bolso do cidadão brasileiro. Em determinadas regiões, em razão de características próprias do mercado de GLP, a concentração geraria um monopólio de fato, deixando o mercado de GLP nas mãos de apenas um fornecedor, sem a possibilidade de ingresso de novos concorrentes.

Além da forte concentração de mercado, a venda da Liquigás, nos moldes especulados, poderá causar graves danos ao patrimônio público. Especula-se que a operação seria concretizada por aproximadamente R$ 1,5 bilhão ou R$ 2,5 bilhão, algo próximo à metade de seu faturamento anual, que é de cerca de R$ 3,8 bilhões. Um preço manifestamente desproporcional e não condizente com a importância e rentabilidade da Liquigás.

A Liquigás detém uma função de Estado relevante, sobretudo no balizamento dos preços praticados no mercado de GLP.