Programa encaminha crianças e jovens para jogar futebol no exterior

Método replicado em Sinop prepara o físico, psicológico e o social dos atletas, abrindo portas para o mercado da bola

Lucas Branido já se preparava para abandonar o desejo de se tornar um jogador de futebol. Com 24 anos de idade, seu tempo parecia ter passado. Ele ouviu falar de um programa que intercala esporte e educação e decidiu tentar uma última vez. Três meses depois, em junho ele recebeu 4 propostas para jogar em clubes pequenos da Europa, duas na Espanha, uma na Alemanha e outra na Itália. Agora ele se prepara para jogar em um clube espanhol e tentar obter um contrato.
A “fórmula” que deixou Lucas mais perto de ter uma carreira como jogador de futebol se chama Next Academy – um programa que intercala a formação esportiva com a preparação do ser humano, promovendo a exposição desse atleta e uma conectividade com universidades e instituições de ensino ao redor do mundo que estejam procurando jogadores de futebol para seus times. É uma espécie de “Linkedin da bola”.
A Next Academy chega em Sinop através de Adélcio Garcia Junior – ou como é mais conhecido, o Júnior da Criarte. Ele também desejou na infância ser um jogador de futebol e isso o motivou a investir e implantar a Next Academy na cidade.
O programa começou com uma seletiva, realizada em fevereiro desse ano. Lucas e outros 120 atletas entre 14 a 24 anos estavam lá. Nessa seletiva, os profissionais envolvidos com a Next avaliam o desempenho esportivo, mas também as características comportamentais dos atletas. “Na última seletiva que realizamos, no começo de julho, tivemos 70 atletas participando”, comentou Junior.
Uma vez na Next Academy, o atleta tem dois treinos esportivos por semana. São treinos profissionais, equivalente ao que um jogador de futebol profissional recebe nos grandes clubes. Além da parte esportiva, o programa também inclui aulas de inglês, assistência com psicólogo e a “formação humana” desse atleta, preparando o jovem para lidar com as pressões da carreira, a dificuldade de viver em outro país, senso de trabalho em equipe e outros predicados importantes para um jogador de alto nível. 
Uma vez por mês os atletas participam de um jogo gravado, que serve para gerar portfólio para o jogador. Os vídeos com as jogadas, postura e posicionamento do atleta abastecem uma plataforma digital da Next. “A Next tem parceria com mais de 500 instituições de ensino dos Estados Unidos e com vários clube e ligas da Europa. É através dessa plataforma que o atleta consegue interagir com um eventual contratante ou mesmo buscar uma bolsa esportiva em uma universidade de seu interesse”, explicou Junior.
Segundo o diretor da Next em Sinop, existe uma grande demanda das instituições de ensino americanas por atletas entre 14 a 16 anos. Essas escolas concedem bolsas de ensino para ter esses jogadores em seus times. E é no “High School” (ensino médico americano), que as universidades buscam atletas para seus times. “Para alguns, tem sido uma oportunidade de mudar de vida. Cerca de 30% dos atletas que vão para Europa recebem uma proposta de um clube”, revela.
Embora pareça um produto voltado para as elites, Junior garante que o perfil dos atletas que participam das seletivas da Next ou que ingressam no treinamento é bastante plural. A maioria, pelo menos 70%, vem de outras cidades, buscando em Sinop o sonho da bola. “A Next de Sinop já é a 3ª maior do Brasil”, orgulha-se Junior.
Com o programa obtendo resultados acima do esperado, Junior já se prepara para expandir e iniciar um projeto, ainda mais focado na formação humana.

Da base para o topo
No dia 3 de setembro será realizado o primeiro evento da Rise Academy, que formará a primeira turma desse novo programa. Segundo Junior, a Rise Academy não é uma escolinha de futebol, mas uma iniciativa para estimular o desenvolvimento humano, em busca da excelência, usando o esporte como condutor. 
O programa é voltado para crianças entre 5 a 13 anos. Eles são a base que no futuro despontarão no programa Next. Junior explica que a Rise, trabalha não apenas o atleta, mas também os pais e treinadores, promovendo uma evolução de todo núcleo que está no entorno do atleta. “A proposta é usar o futebol para desenvolver valores”, completa. 
Na Rise, os atletas terão 3 treinos esportivos por semana, no campo do Aquarela das Artes. Os treinadores são preparados por profissionais que atuaram na série A. Os alunos também devem seguir uma plataforma com cursos que vão desenvolver desde um novo idioma até pontos da sua formação humana. “Pais e atletas registram nessa plataforma os pontos que querem trabalhar e desenvolver. Os treinadores avaliam e preparam um programa ou ação para trabalhar essa deficiência. A plataforma desenvolve ao mesmo tempo o atleta, os pais e o treinador”, pontua Junior. 
Ainda que a ambição da criança não seja ser um jogador de futebol, a Rise se apresenta como um programa complementar na formação humana, buscando colaborar com a formação de uma geração de vencedores.
Para mais informações, @nextacademysinop @riseacademysinop no Instagram ou mensagem para o whatsapp (66) 99634-2752.