Esquema no TJ
Alvos movimentaram mais de R$ 33 milhões entre 2019 e 2023
Dados foram repassados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) à Polícia Civil
Geral | 31 de Julho de 2025 as 07h 30min
Fonte: Mídia News

O grupo investigado por um suposto esquema de desvio de valores da conta de depósitos judiciais do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) movimentou mais de R$ 33 milhões entre os anos de 2019 e 2023, segundo dados repassados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) à Polícia Civil.
As informações constam no inquérito que embasaram a Operação Sepulcro Caiado, deflagrada na manhã desta quarta-feira (30).
Um deles é o empresário Augusto Frederico Ricci Volpato, apontado como o braço operacional do irmão, o também empresário João Gustavo Ricci Volpato, o principal investigado.
Conforme os dados do Coaf, somente Augusto movimentou mais de R$ 16 milhões em contas bancárias entre 2019 e 2023, valor que seria incompatível com sua renda declarada.
Logo em janeiro de 2019, Augusto movimentou R$ 253 mil, sendo R$ 37 mil transferidos para a empresa RV Empresa de Cobrança Ltda – ME, à qual ele é ligado.
Já em abril do mesmo ano, movimentou mais de R$ 350 mil, incluindo uma transferência única de R$ 80 mil para sua mãe, Luiza Rios Ricci Volpato.
Em agosto de 2019, ele também enviou R$ 11 mil ao irmão, João Gustavo Ricci Volpato.
Posteriormente, entre novembro de 2020 e agosto de 2021, movimentou R$ 6,2 milhões, com mais de R$ 666 mil destinados aos pais: Luiz Volpato Neto e Luiza Rios.
O volume de dinheiro continuou crescendo entre agosto de 2021 e setembro de 2023, quando Augusto movimentou mais de R$ 10 milhões, incluindo R$ 1,2 milhão repassado à mãe e aproximadamente R$ 1 milhão ao cunhado, Guilherme Porto.
O empresário João Gustavo Ricci Volpato, irmão de Augusto, movimentou R$ 2,7 milhões entre setembro de 2020 e maio de 2021. Desse total, recebeu R$ 281 mil da RV Cobrança e R$ 190 mil do escritório França & Moraes Sociedade de Advogados S/S, para o qual também transferiu R$ 100 mil.
No período seguinte, entre maio de 2021 e setembro de 2023, João Gustavo somou R$ 9,3 milhões em movimentações, boa parte também com origem em empresas vinculadas à família.
Mãe também operava valores milionários
De acordo com os dados, a mãe de Augusto e João Gustavo, Luiza Rios Ricci Volpato, movimentou R$ 2 milhões em apenas seis meses, de fevereiro a julho de 2022.
Ela repassou R$ 346 mil ao filho Augusto Frederico, além de ter recebido valores tanto de Augusto quanto de João Gustavo.
Mulher de servidor movimentou R$ 1,8 milhão
Ainda conforme os dados, Márcia Ferreira da Costa, então esposa do servidor do TJMT Mauro Ferreira Filho, apontado como facilitador da liberação dos valores judiciais de forma suspeita, movimentou R$ 1,79 milhão entre outubro de 2021 e setembro de 2022. Márcia faleceu em 2023.
Desse total, R$ 342 mil foram creditados em sua conta pela RV Empresa de Cobrança Ltda. – ME, em apenas 10 transações. A empresa tem como sócios os investigados Luiza Rios Ricci Volpato e João Gustavo Ricci Volpato. Além disso, ela recebeu R$ 10 mil provenientes do próprio Mauro.
Escritório de advocacia sob apuração
O escritório França & Moraes Sociedade de Advogados S/S também teve a movimentação analisada pelo Coaf. Entre março e setembro de 2024, passaram R$ 566 mil pela conta da empresa, com R$ 175 mil creditados em 3 de setembro.
Do total movimentado, R$ 181 mil foram debitados em operações ainda sob análise das autoridades.
Dinheiro vivo
Outro investigado, o advogado Régis Poderoso de Souza, movimentou R$ 220 mil em apenas dois dias, entre 30 de junho e 1º de julho de 2021.
Segundo a apuração, o valor teria sido usado para comprar um imóvel em Marília (SP) com pagamento feito em espécie, prática incomum em tempos de predominância de transações digitais e apontada como tentativa de ocultar a origem do dinheiro.
Além disso, há registros de pagamentos em dinheiro vivo feitos por Régis a outros integrantes do grupo, como Olga, João Gustavo e Flávia Volpato, esposa de João Gustavo.
Operação
A Sepulcro Caiado investiga um grupo que teria atuado por anos manipulando registros da conta de depósitos judiciais para viabilizar saques indevidos, transferências simuladas e fraudes documentais, com prejuízo aos cofres públicos e às partes envolvidas em processos judiciais.
Na operação, foram cumpridas mais de 160 ordens judiciais, sendo 11 mandados de prisão preventiva, 22 mandados de busca e apreensão, 16 ordens de bloqueio judicial totalizando mais de R$ 21,7 milhões.
Ainda foram cumpridos 46 quebras de sigilo fiscal e bancário e sequestro de 18 veículos e 48 imóveis.
Foram alvos de mandados de prisão: Wagner Vasconcelos de Moraes, advogado; Melissa Franca Praeiro Vasconcelos de Moraes, advogada; João Gustavo Ricci Volpato, empresário; Luiza Rios Ricci Volpato, sócia de empresa credora; Augusto Frederico Ricci Volpato, sócio de empresa credora; Rodrigo Moreira Marinho, advogado; Themis Lessa da Silva, advogado; João Miguel da Costa Neto, advogado; Régis Poderoso de Souza, advogado; Mauro Ferreira Filho, servidor; e Denise Alonso, advogada.
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