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Crânio de monstro marinho de 150 milhões de anos quebra recorde no Guinness
Caixa craniana de quase 2 metros de comprimento achada no Reino Unido é a mais completa já descoberta de um pliossauro e pode revelar como vivia a espécie jurássica
Geral | 09 de Abril de 2024 as 07h 37min
Fonte: Redação Galileu
Com cerca de 95% de sua superfície intacta, um crânio de 150 milhões de anos descoberto em 2022 entrou para o livro de recordes do Guiness World Records como a caixa craniana de pliossauro (Pliosauroidea) mais completa já encontrada.
A novidade foi divulgada pelo Guinness no último dia 4 de abril. O fóssil recuperado de penhascos costeiros de Kimmeridge, em Dorset, na Inglaterra, tem quase 2 metros de comprimento e 0,6 de largura e pertence a um espécime apelidado de "Sea-Rex" ("Rex do mar", em alusão ao T.rex).
O crânio contém todos os ossos originais e 130 dentes, e foi encontrado com as mandíbulas ainda entrelaçadas. "Ele contém muitos detalhes anatômicos em um único espécime que são encontrados apenas parcialmente preservados em outros espécimes", afirmou Judyth Sassoon, especialista em pliossauros da Universidade de Bristol, ao Guiness World Records.
Crânio do pliossauro, o "monstro marinho" pré-histórico — Foto: Guinness World Records/Reprodução/Facebook
A mandíbula superior, por exemplo, apresenta o que parecem ser fossas sensoriais (semelhantes às vistas hoje nos crocodilos), que provavelmente ajudavam a detectar os movimentos da presa.
Os pliossauros viveram durante os períodos Jurássico e Cretáceo e alguns deles podem ter atingido comprimentos de 12 metros ou mais. Esse monstro marinho apresentava uma das mordidas mais fortes entre os répteis marinhos, estimada entre 33 e 48 mil Newtons (N) —valor 3 vezes maior do que a força de esmagamento de um crocodilo de água salgada. No caso dos humanos, a força de mordida máxima corresponde a 700N.
Escavação
O crânio do pliossauro foi encontrado em abril de 2022, quando Phil Jacobs, caçador de fósseis amador, observou a ponta do focinho enquanto vasculhava uma praia abaixo de um penhasco. Ele avisou o paleontólogo Steve Etches a respeito da descoberta, que obteve permissões e reuniu uma equipe para dar início às escavações em agosto daquele ano.
Escavações que revelaram o pliossauro — Foto: World Guinness Records/Reprodução/Facebook
Foi necessário identificar o local de onde a ponta do focinho provavelmente havia caído e tentar desenterrar o fóssil a cerca de 15 metros acima da costa. Em seguida, a equipe soltou os ossos da rocha em que estavam presos, e o processo de limpeza e restauração levou cerca de 10 meses para ser concluído.
Reconstrução de como era o pliossauro — Foto: Guinness World Records/Reprodução/Facebook
"O crânio ficou armazenado por alguns meses, o que resultou na secagem e subsequente encolhimento da pedra de lama que continha o crânio", disse Etches. "Isso quebrou muitos dos ossos, alguns dos quais se deslocaram durante o transporte e a montagem."
O fóssil está sendo exibido no Museu The Etches Collection, em Kimmeridge, que recebe doações para continuar as escavações e descobrir se o restante do corpo do animal pode ser encontrado no local. "Tiramos parte da escápula, alguns dígitos da nadadeira e algumas vértebras que estavam dentro da cabeça e você podia ver que havia mais ossos dentro. Portanto, tenho certeza de que o animal inteiro está lá", afirmou Chris Moore, especialista em fósseis, ao site IFL Science.
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