Decreto de calamidade financeira revela rombo de R$ 1,6 bilhão na Prefeitura de Cuiabá

O decreto assinado pelo prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), que declara situação de calamidade financeira no município, revela que o antecessor, Emanuel Pinheiro (MDB), deixou um rombo de R$ 1,6 bilhão nas contas do Palácio Alencastro.

Publicado na noite desta sexta-feira (3), o decreto terá validade de 180 dias.

Segundo Abílio Brunini, o objetivo da medida é reequilibrar as finanças municipais, garantir o pagamento dos salários dos servidores públicos e assegurar a continuidade dos serviços essenciais à população.

O decreto também destaca que, entre 2016 e 2024, as despesas municipais cresceram 135%, enquanto as receitas correntes líquidas aumentaram apenas 115% no mesmo período. Isso reflete uma incapacidade das receitas atuais em cobrir as despesas públicas, gerando um déficit financeiro de R$ 518,7 milhões, além de R$ 369,6 milhões em despesas não empenhadas — ou seja, compromissadas, mas ainda não pagas.

De acordo com o documento, a nova gestão encontrou a Prefeitura com uma dívida significativa, incluindo a folha de pagamento de dezembro de 2024, no valor aproximado de R$ 102 milhões, sem a devida quitação. Esse montante representa cerca de 6% da dívida total, considerando o saldo de pouco mais de R$ 6 milhões na Fonte 500 (a conta única do município).

Outro trecho do decreto revela que a gestão anterior, mesmo diante da crise financeira, comprometeu mais de R$ 10 milhões para pagamentos imediatos no primeiro dia útil da atual administração, aumentando ainda mais o passivo da Prefeitura.