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Velho mundo

Em Bruxelas, Galvan critica perseguição ambiental à soja de Mato Grosso

Presidente da Aprosoja diz que Brasil não é mais colônia e que Europa precisa dar exemplo

Geral | 21 de Novembro de 2018 as 12h 13min
Fonte: Jamerson Miléski

Com um discurso áspero, o presidente da Aprosoja, Antônio Galvan questionou as políticas de preservação dos países europeus para defender a soja produzida em Mato Grosso. A explanação, com tom de desafio, foi realizada em um evento em Bruxelas, na capital da Bélgica, nesta segunda-feira (19). Galvan falou para uma plateia composta por comerciantes, industriários, políticos e ambientalistas da Europa, que integravam o workshop para discutir sobre a produção sustentável de soja no Brasil.

A fala começou com uma provocação. Galvan perguntou para plateia presente quem conhecia o Brasil, o Mato Grosso e a forma com que o Estado produz. “Será que podemos e precisamos discutir produção de soja responsável e sustentável no Brasil? Será que tem alguém no mundo que produz de forma mais sustentável que no Mato Grosso? Os números estão ai. Menos de 8% do território nacional ocupado por soja e 11% do território de Mato Grosso. Temos dois terços de nossas áreas preservadas. Tem algum país do mundo que tem essa preservação?”, desafiou Galvan.

O presidente da Aprosoja continuou indagando os motivos que fazem a soja do Brasil incomodar tanto a Europa. “Porque essa cruzada contra nós?”, questionou.

Para Galvan, alguns setores econômicos do velho continente foram contaminados por falso propagandismo ambientalista, a ponto de fazer com que a Europa cobrar o Brasil, mas sem olhar para seus próprios exemplos. “A Europa perde sua essência ao cuidar da perfumaria. Eu aprendi que educação vem de casa. O que vocês fazem na Europa que pode ser exemplo de preservação ambiental? Onde está a preservação dos rios de vocês? Ai falam um monte de asneiras sobre o Brasil e não fazem nada em sua casa. Eu pergunto: com que moral?”, criticou.

Galvan frisou que a soja produzida em Mato Grosso é sustentável e citou como exemplo o programa Soja Plus, que busca colocar todos os produtores rurais em conformidade com as legislações ambiental e trabalhista. Para o presidente da Aprosoja, isso deveria ser mais do que suficiente para agradar o exigente mercado consumidor. Para além disso, comentou Galvan, é tentativa de dominação. “Pedem desmatamento zero. Às custas de quem? Nós temos uma legislação ambiental rígida, que os produtores seguem a risca. O Brasil tem soberania e suas próprias leis. Não somos mais colônia. Se vocês acham que a preservação é importante, coloquem dinheiro no bolso e vão lá negociar. Porque conversa nós não vamos mais aceitar”, atacou Galvan.

O presidente da Aprosoja e outras lideranças seguem em missão na Europa até sexta-feira (23). Hoje, quarta-feira, a comitiva encerra a agenda em Bruxelas, com uma reunião do comitê formado Aprosoja, Abiove, Fefac e Fediol e IDH sobre o memorando de entendimento assinado por essas entidades sobre produção sustentável de soja.

Em Paris, na quinta (22), a comitiva se reunirá com a Associação Francesa de Alimentos Compostos, membro da Fefac. Já na sexta (23), em Berlim, haverá reunião com autoridades alemãs e com a Embaixada Brasileira no país.