Investigação
Polícia investiga ex-bispo suspeito de estuprar e assediar padre no interior de SP
Crime ocorreu no ano passado, mas o caso foi registrado em março de 2024
Geral | 09 de Abril de 2024 as 12h 40min
Fonte: Redação G1

A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar uma denúncia contra um ex-bispo no interior de SP suspeito de estuprar, assediar e importunar sexualmente um padre, de 31 anos. O crime aconteceu no ano passado, mas o boletim de ocorrência foi registrado no dia 22 de março deste ano.
Ao g1, o padre que denunciou os crimes afirmou que Dom Valdir Mamede, então bispo da Diocese de Catanduva, no noroeste paulista, o agarrou e o beijou a força, além de cometer a violência sexual. O suspeito chegou a renunciar ao cargo, em novembro de 2023 (entenda abaixo).
“Desde os meus 13 anos sou acompanhado pela Diocese. Ter que passar por isso foi a maior decepção da minha vida. Fiquei sem chão. Nunca pensei em um dia ser abusado sexualmente”, lamentou o padre.
Segundo a vítima, o crime ocorreu na casa do então bispo, quando o suspeito pediu que ela o acompanhasse até o local por estar alcoolizado. Na ocasião, o padre disse que Dom Valdir pediu desculpas, demonstrou-se arrependido e implorou para que ele não contasse o ocorrido à ninguém.
A vítima também informou que o Dom Valdir ligava por chamada de vídeos, ficava nu e se masturbava em frente à câmera. Em outra oportunidade, o bispo obrigou que a vítima abrisse a porta da casa para que ele entrasse.
Na residência, segundo o padre, o bispo tentou, novamente, abusar sexualmente dele. Porém, dessa vez, conseguiu impedi-lo.
“Na primeira vez, eu fiquei sem reação e acabou se consumando o crime. Ele me pegou de uma forma inesperada, nunca poderia imaginar algo assim. Ele tentou outras vezes, mas eu escapei e já estava ciente da falta de moral dele”, expôs o padre.
A vítima ainda contou que denunciou o caso à Nunciatura Apostólica, que encarregou Dom Moacir Silva, Arcebispo de Ribeirão Preto (SP), a conduzir uma investigação interna da igreja.
Em nota, a Diocese de Catanduva informou que não pactua com condutas ilícitas praticadas. Ainda disse que a orientação em casos de cometimento de infrações civis, trabalhistas ou penais devem ser encaminhadas às autoridades da área.
“Muito embora não seja parte, irá sempre colaborar e prezar pela Justiça e a boa aplicação das leis, para que o bem e a ordem social sejam mantidos”, finaliza a nota.
Á reportagem tentou contato com o ex-bispo, mas não obteve retorno até a última atualização.
Ex-bispo suspeito de estuprar padre era responsável pela Diocese de Catanduva (SP) — Foto: Reprodução
Renúncia
No dia 1º de novembro do ano passado, o boletim da Sala de Imprensa do Vaticano divulgou que o bispo renunciou ao cargo, sem justificar o motivo. Questionado sobre ter feito o B.O. somente neste ano, o padre disse que o agressor, afastado da função, voltou a frequentar à Diocese, o que motivou a denúncia.
Devido às pressões e danos psicológicos, o padre está de licença médica e afastado do trabalho por 90 dias. “Eu nunca desejei recorrer à polícia. Só fiz isso porque a situação é delicada, e a igreja foi omissa. Após a desfaçatez de pisar na Diocese, e tecer ameaças, tomei coragem de ir à Justiça procurar paz”, finaliza o padre.
O delegado responsável pela investigação, Adriano Pitoscia, informou à reportagem que foram adotadas providências judiciária, como oitivas de testemunhas. O caso está em segredo de Justiça.
Prints mostram bispo pedindo ajuda de padre que denunciou estupro para 'passar a máquina' de depilar corpo
Prints de conversas por aplicativo enviados ao g1 mostram que o ex-bispo suspeito de estuprar, assediar e importunar sexualmente um padre, de 31 anos, pediu ajuda à vítima para depilar o corpo. O crime aconteceu em 2023, mas o boletim de ocorrência foi registrado no dia 22 de março deste ano.
Segundo o padre, antes de abusá-lo sexualmente, o ex-bispo pediu, mais de uma vez, para que ele passasse a máquina de barbear em seu corpo. Mesmo não se sentindo confortável, a vítima disse que ajudava o homem enquanto ele se demonstrava respeitoso. As conversas seriam de janeiro de 2022 e 2023.
“Ele dizia que gostava de estar perto de mim, que eu era especial na vida dele. Que se ele fosse transferido, gostaria que eu o acompanhasse, pois ocupava um lugar especial na vida dele. Assim, eu ficava feliz porque, até então, não via maldade, o considerava um pai”, descreve o padre.
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