Favela em pauta
IBGE muda a denominação de Aglomerados Subnormais para Favelas e Comunidades Urbanas
Após a parceria "Favela no Mapa" com CUFA e Data Favela, a alteração da nomenclatura é um mais um passo em direção à inclusão destes territórios
Polícia | 24 de Janeiro de 2024 as 17h 06min
Fonte: Assessoria

Após a parceria "Favela no Mapa" com Central Única das Favelas (Cufa) e Data Favela para a conclusão do censo, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anuncia a alteração de nomenclatura de Aglomerado Subnormal, usado desde o final da década de 1980, para Favelas e Comunidades urbanas, para se referir às favelas brasileiras.
Para o presidente da Cufa-MT, Anderson Zanovello, o anúncio da nova nomenclatura se trata de um grande reconhecimento desses territórios, muitas das vezes invisibilizados e marginalizados pela sociedade, sem a devida importância da grande potência que são.
“A favela movimenta a economia e o que buscamos é o nosso espaço. Assim como precisamos que as políticas públicas de fato cheguem a esses territórios, também precisamos que a perspectiva de empresas, autoridades e população em geral seja sob outra óptica, enxergando as favelas como territórios de grandes oportunidades pela potência que são e invistam em mais projetos”, declarou Zanovello.
No projeto “Favela no Mapa”, as entidades ajudaram a abrir portas para o trabalho de recenseadores em diferentes regiões do país, com o objetivo de reduzir o percentual de domicílios que não tinham respondido à operação censitária em comunidades. Nesses locais, além de ausência e recusa, havia outros problemas como omissão de domicílios (de fundos ou na laje) e dificuldades de acesso.
A mudança de denominação é um marco histórico para a sociedade e, principalmente para as pessoas que vivem nestes territórios por ajudar a derrubar os estigmas negativos associados ao termo favela, facilitando a mobilidade social e diminuindo os preconceitos ao redor da palavra.
A necessidade de olhar para as favelas, coloca-la no mapa e no radar do poder público e, acima de tudo entender a complexidade das suas carências, mas também toda a resiliência, diversidade e potências, motivou a Cufa e o Data Favela a proporem a parceria com o IBGE, para que esses territórios saíssem da invisibilidade. A partir desta parceria, no projeto chamado Favela no Mapa, foi possível compreender que a denominação de aglomerados subnormais posicionava esses locais e, por consequência, os seus moradores, em condição de inferioridade e desvantagem social.
“O Favela no Mapa contribuiu com a apuração de dados para balizar políticas públicas com base nas demandas específicas do território. Dados estes que são fundamentais para que essas políticas sejam eficientes e duradouras. A alteração da nomenclatura é mais um passo em direção ao fim da invisibilidade destes territórios” explica Preto Zezé, conselheiro da Cufa.
A Cufa, criada há mais de 25 anos e presente em mais de 5 mil favelas em todos o território nacional, trabalha incessantemente desde o início em projetos que oportunizem ao máximo o potencial das favelas. Seja por meio de projetos focados em esporte e cultura, como os que capacitam, desenvolvem e dão protagonismo para todo o potencial de realização, empreendedorismo e de consumo de seus moradores.
"Sempre falei que "favela não é carência, favela é potência", essa afirmação é para desconstruir a visão estereotipada das favelas como lugares de pobreza, violência e criminalidade. As favelas são, na verdade, espaços de resistência, cultura e criatividade. O reconhecimento das favelas pelo IBGE é um passo importante para a afirmação dessa visão. Visão essa que a Cufa já vem trazendo em todas as comunicações há mais de 20 anos. Somos os pioneiros em promover o maior campeonato de futebol do mundo entre as favelas, com a Taça das Favelas, saímos na frente e criamos o Dia da Favela, criamos a primeira feira de negócios do mundo com a Expo Favela. Com esse passo, o IBGE está contribuindo para que as favelas sejam vistas como parte integrante da sociedade brasileira” diz Celso Athayde, fundador da Cufa, Favela Holding e co-idealizador do movimento Favela no Mapa.
“A parceria que colocou os números da favela no Mapa, agora coloca o nome favela nas estatísticas nacionais. É a favela no mapa do Brasil e do IBGE”, diz Renato Meirelles, fundador do Data Favela e co-idealizador do movimento Favela no Mapa.
Notícias dos Poderes
Jovem morre após bater motocicleta em poste de iluminação
27 de Abril de 2025 as 20h32Vítima de capotamento no Litoral Norte de SP descobre estar grávida após acidente
Capotamento ocorreu na madrugada deste domingo (27) e, segundo o boletim de ocorrência, motorista admitiu ter ingerido bebida alcoólica antes de dirigir.
28 de Abril de 2025 as 06h39Cratera em MT após meteoro é maior do que cidade do Rio
Com um diâmetro de 40 quilômetros e área total de aproximadamente 1,3 mil km², a cratera é maior que a cidade do Rio de Janeiro, que tem 1,2 km²
27 de Abril de 2025 as 16h29Médico é condenado a prestar serviços comunitários por morte de bancária
A vítima tinha sido submetida a um implante nos seios; decisão saiu após 11 anos do ocorrido
26 de Abril de 2025 as 19h47Chef: investidores recusaram sociedade para 'fugir de tributos'
Investidores alegam prejuízo de R$ 2,8 milhões; Mack afirma que acusação é tentativa de coação
26 de Abril de 2025 as 12h37