Ataque em Peixoto
Juiz nega 'manobra' para reduzir pena de réus e mantém júri
Ação resultou em duas pessoas mortas e duas feridas; acusados estão presos desde abril
Polícia | 30 de Janeiro de 2025 as 20h 01min
Fonte: Mídia News

A Justiça negou recurso e manteve a pecuarista Inês Gemilaki, seu filho, o médico Bruno Gemilaki Dal Poz, e o cunhado dela Eder Gonçalves Rodrigues pronunciados a júri popular pelo ataque a uma residência que terminou com duas pessoas mortas e outras duas feridas em Peixoto de Azevedo.
O crime aconteceu em 21 de abril do ano passado e foi filmado por câmeras de segurança, chocando a população do Estado. Os três acusados estão presos.
A decisão é assinada pelo juiz João Zibordi Lara, da 2ª Vara de Peixoto de Azevedo, e foi publicada nesta quinta-feira (30). A data do julgamento ainda será marcada.
No recurso, os réus buscavam a suspensão da qualificadora de "motivo fútil" alegando que a sentença de pronúncia extrapolou os limites da denúncia inicial.
Na prática, esse tipo de recurso, caso aceito, pode refletir na redução de uma eventual pena perante o tribunal do júri.
Na decisão, o juiz destacou, porém, que "o motivo do crime, considerado fútil, está demonstrado nos autos, sendo relacionado a uma dívida de aluguel e danos à propriedade que Inês Gemilaki possuía em relação à vítima Erneci Afonso Lavall. A reação desproporcional dos acusados, que resultou nos homicídios e nas tentativas, foi impulsionada por essa motivação, evidenciando sua natureza injustificada”.
“Dessa forma, diante da ausência de omissão ou contradição, de rigor o conhecimento e desprovimento dos embargos de declaração”, decidiu.
Os três respondem por dois homicídios qualificados e duas tentativas de homicídio também qualificadas.
O ataque
O crime ocorreu na tarde do dia 21 de abril e foi filmado por câmeras de segurança. Foram mortos os idosos Pilson Pereira da Silva, de 65 anos, e Rui Luiz Bogo, de 57.
Ficaram feridos o padre José Roberto Domingos, que levou um tiro na mão, e Enerci Afonso Lavall, alvo principal da família.
A motivação, segundo a denúncia, foi um desacordo referente a um contrato de locação. Inês morou no imóvel de Enerci, que ajuizou uma ação de cobrança contra ela.
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