Mãe de bebê soropositivo fere enfermeira com agulha contaminada por HIV

Profissional foi perfurada na mão durante coleta de sangue em bebê de três meses; criança testou positivo para o vírus.

Uma mulher, de 25 anos, mãe de um bebê de três meses, feriu uma enfermeira com uma agulha contaminada por HIV durante atendimento no Hospital Infantil João Paulo II, na região central de Belo Horizonte.

Segundo o boletim de ocorrência, a agressão ocorreu no momento em que ela realizava a coleta de sangue da criança. A mãe teria retirado a agulha utilizada no procedimento e, em seguida, perfurado propositalmente a mão da enfermeira.

A enfermeira, de 52 anos, relatou à polícia que o ataque ocorreu de repente e que havia a suspeita de que a criança teria o vírus HIV, já que a mãe é soropositiva. O bebê foi submetido ao teste que deu resultado positivo.

O que diz a mãe do bebê

A mãe da criança negou a versão apresentada pela enfermeira, alegando que retirou o acesso venoso do filho por considerar o procedimento inadequado, afirmando que a profissional estaria “girando a agulha” no braço da criança.

Ela disse ainda que, em reação impulsiva, arremessou a agulha ao chão, e não contra a enfermeira. A mulher também reclamou das condições da unidade hospitalar e da conduta dos profissionais.

A enfermeira foi encaminhada ao Hospital João XXIII, onde recebeu medicação preventiva contra o vírus. A criança permaneceu internada sob cuidados médicos, e a avó materna foi acionada para acompanhá-la.

De acordo com o registro policial, tanto a enfermeira quanto a mãe da criança foram encaminhadas para a delegacia para prestar depoimento.

O que diz a Fhemig

A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) lamentou o ocorrido e informou que está prestando toda a assistência à enfermeira. Repudia qualquer forma de violência contra os servidores. Disse também que a enfermeira foi atendida conforme exige o protocolo para estes casos.

A direção do Complexo de Urgência, do qual o Hospital Infantil João Paulo II faz parte, está colaborando com as autoridades responsáveis para o devido esclarecimento dos fatos.

A Polícia Civil disse que a mãe do bebê foi conduzida e ouvida por meio da 2ª Central Estadual de Plantão Digital, onde teve a prisão em flagrante delito ratificada pelo crime de perigo de contágio de doença grave. Ela ficou à disposição da Justiça para as medidas legais cabíveis.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública informou que a suspeita deu entrada no presídio de Vespasiano.