Própria mãe de estuprador em série e assassino entregou localização à Polícia Civil

A prisão de Reyvan da Silva Carvalho, 30 anos, estuprador em série e assassino que atuava em Cuiabá, só foi possível porque a própria mãe dele entregou sua localização à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na tarde desta sexta-feira (29).

Reyvan foi preso dentro da UFMT, local onde costumava praticar vários crimes e onde assassinou Solange Aparecida Sobrinho (52), uma mulher com esquizofrenia, que primeiro matou e depois estuprou.

De acordo com o delegado Bruno Abreu, da DHPP, a mãe de Reyvan o procurou na delegacia e confirmou que a UFMT seria “o reduto” do filho.

“Eu acredito que ele tinha uma predileção por mulheres que frequentavam o UFMT. O lugar que ele frequenta bastante é a UFMT. Segundo a mãe dele, que veio aqui hoje na delegacia conversar comigo, ela que informou que realmente o lugar, o reduto dele, é a UFMT. Pelo histórico de boletins de ocorrência que eu analisei dele, processos, ele pega pessoas vulneráveis."

Quando questionada, a mulher informou que há muito tempo Reyvan não ia para casa, confirmou que ele é usuário de drogas e que não existe nenhum histórico de doença mental.

“A mãe dele não faz ideia do que ele faz. Segundo a mãe, sim, ele é usuário de drogas. Estava dormindo na rua, não ia mais pra casa.”

A prisão foi realizada na tarde desta sexta-feira, com a ajuda de seguranças da própria UFMT, que imediatamente reconheceram a foto de Reyvan, pois frequenta o local diariamente.

Na universidade, inclusive, os investigadores encontraram uma mochila do criminoso e até mesmo um colchão onde ele supostamente dormia.

“Já tem bastante tempo que ele não vai em casa. A gente encontrou uma roupa dele, uma cama, uma mochila ali do lado da UFMT. E já havia três dias que ele não voltava ao local para dormir. Então ele estava aí, perambulando”, explicou Bruno Abreu.

ASSASSINATO DE SOLANGE

O crime contra Solange ocorreu em 23 de julho deste ano. Ela, que sofria de esquizofrenia, costumava frequentar a UFMT, pois em sua mente, acreditava ser estudante do local.

Imagens de câmeras de segurança mostram que ela chegou ao local por volta de 16h30. A morte, no entanto, aconteceu entre meia noite e 2h30 da madrugada, de acordo com laudo pericial.

A investigação continua para que os detalhes desse intervalo de horas seja preenchido, para saber quando Reyvan se encontrou com ela.

RECONHECIDO PELO DNA

O DNA encontrado no corpo e no local do crime foi inserido no Banco de Perfis Genéticos, que revelou coincidências com outros três casos violentos:

- um feminicídio seguido de estupro, em 2020, no bairro Parque Ohara;

- um estupro em 2021, no bairro Tijucal;

- e outro estupro em 2022, no Jardim Leblon.

Inicialmente, a Polícia Civil havia indicado seis suspeitos, mas todos foram descartados após confronto genético. Somente quando a Unidade de Inteligência da Politec ampliou as buscas em sistemas de segurança pública foi possível chegar ao verdadeiro autor. O nome do criminoso surgiu porque ele já havia sido preso justamente pelo estupro ocorrido no bairro Tijucal, em 2021, ocasião em que seu perfil genético foi incluído no banco de dados.

Com a nova análise, a amostra obtida no corpo de Solange e nos outros casos foi comparada ao material armazenado e o resultado foi positivo, confirmando a identidade do agressor.

Os laudos foram concluídos e enviados às autoridades policiais nesta quinta-feira (28), reforçando o elo entre os quatro crimes e revelando um padrão de violência em série contra mulheres.