Serial killer: universitária é acusada de matar quatro pessoas em 5 meses

Estudante de Direito e sua irmã gêmea teriam agido em São Paulo e no Rio de Janeiro

Uma investigação da Polícia Civil de São Paulo revelou um assustador padrão de homicídios que levou à prisão de uma estudante de Direito, considerada pelas autoridades como uma "serial killer".

Em um período de apenas cinco meses, a universitária Ana Paula Veloso Fernandes, de 35 anos, é acusada de envenenar e matar quatro pessoas, incluindo um namorado tunisiano, um idoso, o dono de um imóvel alugado e uma amiga virtual.

As autoridades apontam que as mortes tinham como principal motivação a apropriação de dinheiro e bens das vítimas. Ana Paula foi presa preventivamente em julho, e sua irmã gêmea, Roberta Cristina Veloso Fernandes, de 35 anos, foi detida em agosto. Ambas são apontadas pelo Ministério Público (MP) como as executoras dos assassinatos.

O rastro de mortes

A Polícia Civil e o MP concluíram que Ana Paula, com a ajuda de sua irmã, cometeu os seguintes homicídios entre janeiro e maio:

Marcelo Hari Fonseca (51 anos), proprietário do imóvel alugado por Ana Paula em Guarulhos, assassinado em 31 de janeiro.

Maria Aparecida Rodrigues, uma amiga que a estudante conheceu em um aplicativo de relacionamentos e que morreu após consumir bolo e café na casa da acusada em Guarulhos, em 11 de abril.

Neil Corrêa da Silva (65 anos), pai de uma ex-colega de faculdade, morto em 26 de abril após ingerir uma feijoada envenenada em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.

Hayder Mhazres (21 anos), namorado tunisiano de Ana Paula, que passou mal e morreu no apartamento dela na capital paulista em 23 de maio.

A investigação aponta para uma participação chocante: Michelle Paiva da Silva, de 43 anos, filha de Neil Corrêa da Silva, foi presa sob a suspeita de ter contratado as irmãs para matar o próprio pai, pagando a elas R$ 4 mil pelo crime.

Mensagens de WhatsApp interceptadas mostram as irmãs usando o código "TCC" (referência falsa a Trabalho de Conclusão de Curso) para tratar da cobrança do valor pela morte do idoso.

Em todos os casos, a denúncia do MP indica que as mortes foram causadas por envenenamento. As vítimas apresentaram edemas nos pulmões e sinais internos consistentes com essa causa. Três dos quatro corpos já foram exumados para exames toxicológicos, e a suspeita principal é de que tenha sido utilizado o veneno conhecido popularmente como "chumbinho".

Ana Paula já é ré na Justiça pelos quatro homicídios. A irmã e a filha da vítima, Michelle, deverão ser formalmente denunciadas pelo MP por seus respectivos níveis de participação. A Polícia Civil continua investigando a possibilidade de haver outras vítimas ligadas à universitária.

As três mulheres envolvidas permanecem presas: Ana Paula preventivamente em São Paulo, e Roberta e Michelle detidas temporariamente em presídios de Guarulhos.