Sinop
Jornalista agride vereador dentro da Câmara
Daniel Trindade golpeou Marcos Vinícius na cabeça após ser denunciado em tribuna
Política | 07 de Outubro de 2025 as 10h 05min
Fonte: Jamerson Miléski

Um episódio de violência física foi registrado na noite desta segunda-feira (6), na Câmara de vereadores de Sinop. Usando seus equipamentos de filmagem, o jornalista Daniel Trindade golpeou na cabeça o vereador Marcos Vinícius Borges (PSDB).
A agressão ocorreu nos instantes finais da sessão da Câmara, na entrada do plenário. O vereador e o jornalista se filmavam com seus celulares em uma discussão verbal. Em dado momento, Marcos se vira de costa rumando para o plenário e Daniel parte em direção ao vereador, acertando na parte de trás da cabeça. A cena provoca atonia na vereadora Vera do Jequitibas, suplente que tomou posse naquela noite. A transmissão oficial da Câmara mostra que assim que agrediu o vereador, o jornalista sentou na primeira fileira do plenário e ficou acompanhando a sessão, que foi encerrada pelo presidente Remídio Kuntz. Daniel então se dirige para entrada do plenário, ajunta seus pertences e sai.
A polícia militar foi acionada e deslocou uma unidade para a Câmara. O Corpo de Bombeiros também foi chamado, prestando atendimentos ao vereador. Marcos Vinícius ainda concedeu entrevistas, onde aparecia com sangue escorrendo na sua nuca e pescoço.
Veja vídeo
Na manhã desta terça-feira (7), o GC Notícias entrou em contato com o vereador. Ele relacionou a agressão à uma denúncia que fez contra o jornalista na tribuna da Câmara durante a sessão. “Ontem na tribuna apresentei um áudio onde esse jornalista me oferecia propina (dinheiro e cargos) em nome do prefeito. Eu rejeitei a proposta e fiz a denúncia na tribuna. Após descer para a área de entrevista com a imprensa, ele começou a me atacar com palavras, momento qual eu peguei meu celular com a finalidade de registrar as ofensas para posteriormente denunciar. Nesse momento ele alterou o contexto das falas passando a me gravar também e quando eu me virei para ceder uma entrevista ele me agrediu com um objeto pesado e cortante, tive várias lesões na cabeça que necessitaram de pontos e todas agressões pelas costas”, relatou o vereador.
A fala de Marcos Vinícius foi feita na primeira metade da sessão. Entre o áudio aberto na tribuna e a violência física há um intervalo de uma hora. Em seu primeiro discurso o vereador disse que: “Essa tribuna não vem sendo local de muitas pessoas íntegras falarem. Inclusive já foi permitido pessoas que não tem a mínima dignidade falar dessa tribuna. Jornalista que oferece propina em nome da gestão”.
Há duas semanas Daniel fez uso da tribuna em nome do sindicato dos jornalistas – tratando de uma representação contra o vereador Marcos Vinícius (clique aqui para ler). Após sua o vereador toca um áudio em seu celular, para ser captado pelo microfone da Câmara. O áudio traz a seguinte fala: “Vou falar para você o que o prefeito mandou te falar. 8 votos tem. Se você votar junto você vai ter os 40 e mais 15 cargos. Aqui você vai ter tudo que você precisar a prefeitura vai te atender, toda sua demanda, vai ter cargo e ainda um cash-back. É o que o prefeito mandou falar”.
Marcos Vinícius atribuiu a declaração a Daniel Trindade. Segundo ele, o jornalista ofereceu propina em nome do prefeito. “Se votasse junto com o prefeito teria mais cargos, teria dinheiro. Coincidentemente depois veio para essa casa projeto para criar mais 110 cargos”, acusou o vereador.
O GC Notícias também procurou o jornalista. Ele declarou que iria se manifestar me breve.
O presidente da Câmara de Sinop se posicionou na manhã desta terça-feira através de nota e repristinou o vídeo com uma entrevista concedida na noite anterior. A nota afirma que “diante da flagrante agressão contra o vereador, dentro das dependências da Câmara, a Mesa Diretora esclarece que: 1) Não compactua com qualquer tipo de violência e repudia veementemente o ocorrido. 2) Prestou todo o socorro ao parlamentar chamando a polícia e os Bombeiros. 3) Logo após o ocorrido a Câmara franqueou à Polícia Militar o acesso a todas as salas e gabinetes do Legislativo para que as autoridades tentassem localizar o suspeito. 4) A Câmara segue à disposição das autoridades, policiais e judiciais, para esclarecer o que for necessário e prestar as informações que forem requeridas”.
Marcos recebeu atendimento inicial na viatura do Samu e foi encaminhado ao hospital, onde foi suturado e, posteriormente, liberado pelos médicos. Sobre os desdobramentos a partir de agora, o vereador ressaltou que “as denúncias foram realizadas na polícia, se realmente existir justiça no país os envolvidos serão responsabilizados”.
O GC Notícias também procurou uma posição da gestão municipal, através da secretária de Governo, Faira Strapazzon. Ela informou que não cabe a prefeitura se manifestar sobre o assunto, mas que o prefeito Roberto Dorner deve se posicionar. Até o momento não foi informado se será através de uma coletiva de imprensa ou uma nota.
Ódio fermentado
Marcos Vinícius e Daniel protagonizam uma contenda que já se estende por algumas semanas. O vereador tece críticas constantes à uma “imprensa marrom”, sugerindo se tratar do jornalista. Daniel por sua vez tem posicionamentos que por vezes miram o vereador de oposição. O desafeto ficou mais explicito durante o episódio envolvendo o jornalista Leandro Lima, que teria sido alvo de uma fala preconceituosa por parte do vereador. Daniel encampou a causa, pediu o uso da tribuna, onde criticou a postura do vereador e, posteriormente mobilizou o sindicato para ingressar com um pedido de sindicância contra Marcos Vinícius.
O GC Notícias questionou o vereador sobre a origem desse desafeto. “Não existe desafeto, existe um contexto que ele me procurou para oferecer vantagens ilícitas e desde que eu recusei ele utilizava as mídias dele para me ofender, mas eu jamais ofendi ou realizei nenhum ato agressivo contra ele”, respondeu o vereador.
Ao final da sessão, o presidente da Câmara gravou uma entrevista que externa a situação atual do poder legislativo, que vive um momento de tensão cotidiana. “Estão sendo sessões tumultuadas, difíceis de conduzir. A gente fica triste pelo ocorrido e pede desculpa à população. Cada um paga pelos seus atos”, declarou Remídio.
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