Delação
Permínio buscava 'malas' de dinheiro para o caixa 2 de Leitão
Afirmação foi feita pelo próprio ex-secretário de Educação em delação homologada pelo STF
Política | 25 de Abril de 2019 as 11h 18min
Fonte: Redação com Gazeta Digital

O ex-deputado federal, ex-prefeito de Sinop e ex-presidente do PSDB em Mato Grosso, Nilson Leitão (PSDB), era o dono de um “caixa 2” que movimentou mais de R$ 1 milhão, bancando campanhas de candidatos do PSDB no Estado.
A alegação está na delação premiada do ex-secretário de Educação no governo Taques, Permínio Pinto (PSDB) – homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). No depoimento em colaboração à justiça em troca de diminuição da pena, Permínio admitiu ser o operador financeiro do caixa 2 de Nilson Leitão. Segundo Permínio, foi ele quem buscou o dinheiro repassado clandestinamente por empresas, depositou em contas laranjas e efetuou o pagamento de despesas de campanha de pelo menos 3 candidatos a deputado em Mato Grosso.
Na delação, o ex-secretário de Educação disse que foi “algumas vezes” em São Paulo, buscar malas de dinheiro com Ubiratan Queiroz, do Grupo Galvão, que também está envolvido na Operação Lava Jato. Em um dos trechos da colaboração, Permínio diz que se encontrou com o empresário a pedido de Nilson Leitão no hotel Blue Tree, quando Ubiritan entregou ao declarante uma bolsa, de cor preta, contendo R$ 150 mil, em notas de R$ 100. Esse trecho foi trazido a público pelo jornal A Gazeta, de Cuiabá.
Com a bolsa cheia de dinheiro, Permínio foi até uma agência bancária e depositou o valor em uma conta específica a mando de Leitão. Essa conta, declarou o ex-secretário, ele e Nilson Leitão tinham a senha. A conta era utilizada para efetuar vários pagamentos a mando do ex-deputado.
Segundo o delator o ex-diretor da extinta CAB Ambiental, Ítalo Joffily Neto, seria o elo entre Nilson Leitão e o Grupo Galvão. Esta ligação teria se iniciado entre 2009 e 2010, quando Leitão teria realizado consultorias para as empresas do Grupo Galvão que prestavam serviços de água e esgoto no Estado.
Em 2014, quando Permínio trabalhava no gabinete de Nilson Leitão em Brasília, ele disse ter retornado a São Paulo - outra vez - para buscar uma valise de tecido, com R$ 139 mil em dinheiro. No mesmo ano, Permínio diz que se encontrou com o ex-ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), que na época era deputado federal, no aeroporto de Congonhas em São Paulo.
O delator diz ainda que o ex-ministro teria lhe indicado um escritório de advocacia em São Paulo para que o mesmo fosse buscar dois envelopes, contendo dinheiro. Um com R$ 69 mil e outro com R$ 98 mil.
O montante teria sido depositado em contas indicadas por Leitão, onde o ex-secretário operava, realizando pagamentos e depósitos a mando do deputado.
Dinheiro para campanha
Nas eleições de 2014, Permínio disse que recebeu vários valores a mando de Leitão para realizar pagamentos de campanha, chegando a utilizar a sua própria conta para depositar tais valores. Em um desses depósitos, o tucano teria recebido R$ 175 mil, para que fossem distribuídos para as candidaturas do PSDB, indicadas por Leitão, via caixa 2.
Permínio diz que beneficiou os candidatos WS, que seria o deputado estadual Wilson Santos (PSDB), AVA, o deputado Carlos Avalone (PSDB) e GUI, que seria o ex-deputado e hoje conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE), Guilherme Maluf.
Uma quarta candidatura também teria recebido dinheiro via caixa 2, no entanto, Permínio diz não lembrar da identificação da sigla AV.
Os recursos teriam sido doados pela Editora Terra do Saber Ltda. Segundo Permínio, Nilson Leitão teria revelado que a mesma editora teria doado recursos não contabilizados para a campanha do ex-governador Pedro Taques (PSDB), via o seu primo Paulo Taques.
Outro Lado
A Gazeta tentou contato com todas as partes citadas por Permínio em sua delação.
O ex-deputado Nilson Leitão não atendeu e nem retornou às ligações. O Grupo Galvão também não retornou as ligações. Já Ítalo Joffily Neto, ex-CAB Ambiental, não foi localizado para comentar o assunto. O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) diz não lembrar se Leitão contribuiu com a sua campanha em 2014. Não consigo me lembrar. Mas se houve, foi de maneira legal, diz.
O deputado Carlos não atendeu as ligações.
Em nota, o conselheiro do TCE, Guilherme Maluf disse que: “nega veementemente os fatos apontados na delação citada pela imprensa”. Maluf afirmou ainda que em toda sua trajetória política nunca teve uma reprovação de contas por parte da Justiça Eleitoral e sempre pautou seus gastos de campanha dentro do que determina a lei.
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