Projeção
Após recordes, abates de frango e suíno devem crescer e de bovinos cair em 2025
Ano deve consolidar a inversão de ciclo pecuário, afirmam analistas
Rural | 19 de Março de 2025 as 09h 52min
Fonte: Globo Rural

Um ritmo de abate de fêmeas menos intenso que o do ano passado, dando sinais da virada no ciclo pecuário para baixa oferta, deve fazer com que os abates de bovinos caiam em 2025. Já para frango e suínos, analistas ouvidos pelo Valor projetam novos recordes nos abates, puxados pela demanda cada vez mais firme, principalmente no mercado internacional.
Em 2024, o abate de bovinos no Brasil cresceu 15,2%, totalizando 39,27 milhões de cabeças, um aumento de 5,17 milhões em relação a 2023, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira (18/3). Esse é o maior volume registrado na série histórica da pesquisa, superando o recorde anterior de 2013, quando foram abatidas 34,41 milhões de cabeças.
“Para 2025, projetamos um total de 38,79 milhões de cabeças abatidas, um volume menor do que em 2024, já que o ritmo de descarte de fêmeas deve ser menos intenso ao longo do ano”, estima a diretora da consultoria Agrifatto, Lygia Pimentel, citando possível recuo de 1,22% nos abates.
Em uma visão mais conservadora, Fernando Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, acredita que os abates de bovinos podem cair 5% neste ano. “Basicamente, é um ano que deve consolidar a inversão de ciclo pecuário e a exportação de carne bovina também está muito agressiva”, afirmou o especialista.
Ainda assim, Iglesias disse que o volume de gado que será enviado para o gancho tem potencial para ser o segundo maior da história, perdendo apenas para o recorde de 2024.
Suínos e frangos
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Já os abates de suínos e frangos, que também atingiram patamares recordes no ano passado, devem ter novas máximas históricas neste ano.
De acordo com o IBGE, o volume de suínos abatidos foi de 57,86 milhões de cabeças, um crescimento de 1,2% em comparação com 2023. O abate de frangos, por sua vez, chegou a 6,46 bilhões de cabeças, alta de 2,7% na mesma base de comparação.
“No caso de aves e suínos, o grande impulsionador do crescimento nos abates foi a demanda externa aquecida, com a abertura de novos mercados e o aumento das importações por países estratégicos”, disse Pimentel.
No setor avícola, esse avanço nos abates ainda reflete o aumento dos casos de gripe aviária (H5N1) em alguns países, que levou à interrupção de suas exportações, além da necessidade de garantir o abastecimento tanto do mercado interno quanto dos destinos atendidos. Com isso, uma demanda adicional foi direcionada ao Brasil.
No setor de suínos, a diretora da Agrifatto destaca o caso de Filipinas, que enfrenta um grave surto de peste suína africana e ampliou em 104% suas compras de carne suína in natura do Brasil no acumulado de 2024, em comparação a 2023. “Além disso, a demanda interna seguiu firme, com consumidores priorizando proteínas mais acessíveis diante do cenário econômico”, completou.
Para 2025, a expectativa da consultoria é de um novo crescimento nos abates dessas proteínas de frango e suínos. Para suínos, a expectativa da Agrifatto é de 59,29 milhões de cabeças abatidas, um aumento de 2,6% em relação ao consolidado de 2024.
Nas aves, a projeção é de 6,53 bilhões de cabeças, um incremento de 1,30% frente ao ano anterior. “O principal fator que deve continuar impulsionando esses abates é o mercado externo, com exportações de suínos projetadas para crescer 8,2% e de aves 4,5% em 2025”, comentou a especialista.
Iglesias, da Safras & Mercado, concorda que o Brasil está muito bem posicionado nas exportações e deve bater novos recordes de embarques em 2025. Há também uma demanda interna que deve se direcionar para a carne de frango e suíno, em detrimento da carne bovina, que tende a ficar mais cara com a queda na produção.
“Mas em aves e suínos, nós vamos ver um crescimento de produção do Brasil nessa temporada. O posicionamento do Brasil no mercado global vai permitindo, sim, que o país amplie seu abate, sua produção de carne”, enfatiza o analista.
Ele ressalta ainda que os frigoríficos têm feito investimentos nos últimos tempos para dar suporte a esta produção e demanda adicionais.
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