Mudanças
Banco Central sobe Selic para 14,25%. Como isso afeta o agro?
Decisão do colegiado mostra que cenário doméstico e internacional demandam cautela
Rural | 20 de Março de 2025 as 14h 32min
Fonte: Globo Rural

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) subiu em 1 ponto percentual a taxa básica de juros da economia (Selic), em decisão unânime ontem, para 14,25%. Com isso, a Selic alcança nesta quarta-feira (19) o maior nível desde 19 de outubro de 2016.
Este é o terceiro aperto consecutivo de 1 ponto percentual na taxa básica e o quinto desde o começo deste ciclo de alta dos juros
No comunicado da decisão, o colegiado ressaltou que a continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, a elevada incerteza e as defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, devem causar um "ajuste de menor magnitude na próxima reunião."
A decisão de hoje veio sem surpresa, portanto. A crença de que o Copom cumpriria a sinalizada alta de 1 ponto na Selic era quase uma unanimidade no mercado financeiro.
Para além da próxima reunião, em maio, o Copom ainda reforçou no comunicado que "a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos."
Na tentativa de controlar as expectativas para a inflação, diretores sinalizaram ainda em dezembro do ano passado, que fariam apertos de 1 ponto até a Selic chegar a 14,25% ao ano, na reunião de março. Não havia direcionamento de próximos passos para a política monetária antes do comunicado de ontem.
Apesar da desaceleração no preço dos alimentos, o IPCA subiu 1,31% em fevereiro, na comparação com 0,16% em janeiro.
Ao tratar da situação das contas públicas, o Copom destacou que “a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal, junto com outros fatores, tem impactado os preços de ativos e as expectativas dos agentes”. Além disso, o colegiado continuou sublinhando que monitora com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal afetam a política monetária e os ativos financeiros.
O que é taxa Selic e como ela impacta o agronegócio?
Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Basicamente, ela influencia as demais taxas de juros do país, como as cobradas em empréstimos, financiamentos, e também afeta o retorno de aplicações financeiras.
Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, um programa virtual em que os títulos do Tesouro Nacional são comprados e vendidos diariamente por instituições financeiras.
Quem decide o valor da taxa Selic?
É o Comitê de Política Monetária do Banco Central. Ele se reúne a cada 45 dias para definir se a Selic aumenta, diminui ou se mantém estável.
Como a Selic impacta no agronegócio?
No curto prazo, a mudança ou a manutenção da Selic afeta pouco o agronegócio. Mas é ela quem direciona os juros do Plano Safra e que baliza as taxas de juros cobradas pelos bancos nos empréstimos e a taxa de juros paga nos investimentos. Basicamente, se os juros são mais baixos, há mais estímulo para atividade econômica. Se são altos, costuma ocorrer uma retração.
Efeitos da Selic no Câmbio
A taxa Selic também impacta o câmbio, que afeta diretamente o agronegócio, principalmente os exportadores. Os juros mais altos atraem investimento estrangeiro para os títulos de dívida pública do governo brasileiro e, com isso, a relação entre dólar e real deve ficar mais estável.
Quando os juros sobem, o real costuma subir e deixar as exportações mais rentáveis para o setor. Quando os juros caem, há uma desvalorização do real na comparação com o dólar, o que, neste caso é benéfico para a importação de fertilizantes e outros insumos, por exemplo.
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