Esmagamento do lucro
Custo da soja 25/26 sobe e importações de insumos agrícolas têm a menor taxa em 6 anos
Fertilizantes seguem em alta mesmo após produtores aguardarem recuo nos preços
Rural | 19 de Agosto de 2025 as 16h 19min
Fonte: Estadão Mato Grosso

A queda na importação de insumos agrícolas em Mato Grosso acendeu um alerta nos indicadores do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Segundo os dados, houve uma queda de 18,51% na importação de fertilizante, em comparação ao mês de julho de 2024. Esse é o menor volume de importação dos últimos seis anos. Além disso, nesta segunda-feira, 18 de agosto, o Imea também mostrou que o custo da produção da soja 25/26 subiu 0,92%.
“Esse cenário pode indicar não apenas um menor investimento por parte dos produtores para a próxima safra [25/26], mas também possíveis problemas logísticos, já que muitos postergaram suas compras e ainda não garantiram todos os insumos necessários”, ponderou.
Apesar da queda em comparação aos anos anteriores, houve uma alta de 8,86% nas importações em comparação a junho, mas é importante destacar que junho ocorre colheita de milho, momento em que os insumos não são utilizados. Os produtores adquiriram 361,89% a mais de nitrogenado e 75% a mais de fosfatados, em comparação a junho.
Os fertilizantes consumidos pelos produtores brasileiros são importados da Rússia (30%), China (18%), Canadá (12%), Marrocos (7%) e Egito (5,5%), segundo o Globo Rural. Os Estados Unidos representam apenas 3% das importações brasileiras.
No entanto, o recuo dos investimentos em fertilizantes está relacionado ao encarecimento dos produtos, após ameaça de sanções dos Estados Unidos contra países que negociam com a Rússia, o maior exportador de fertilizantes do Brasil. Além disso, a China reduziu as exportações para abastecer o mercado interno.
Além disso, com a aproximação do fim do vazio sanitário, em 6 de setembro, os produtores se preparam para o plantio de mais uma safra, aumentando a procura pelo produto e valorizando consequentemente os insumos.
“Esse recuo está diretamente relacionado ao encarecimento dos fertilizantes, cenário em que muitos produtores aguardaram uma redução nos preços, o que não ocorreu para alguns produtos”, citou.
Com essas dificuldades em acessar o produto, foi registrado apenas 2,97 milhões de toneladas de insumos importados. Menor quantidade em seis anos, nos períodos de janeiro a julho. A queda é de 12,58 pontos percentuais (p.p.), em relação à safra de 24/25.
CUSTOS MAIS ALTOS
Além do problema com a importação dos fertilizantes, a alta dos valores dos fertilizantes e defensivos fez com que o custo de produção da safra 25/26 subisse 0,92% em julho, comparando com o mês anterior, espremendo ainda mais a margem de lucro dos produtores.
O valor de produção da soja está sendo projetado em R$ 4.183,04 por hectare. Os fertilizantes e corretivos de solo subiram 1,31% e defensivos 1,44%.
“Assim, para adquirir uma tonelada de KCl, MAP e SSP, o produtor precisaria entregar, respectivamente, 25,76; 44,77; e 23,69 sacas de soja, representando altas de 10,72%, 1,64% e 3,02% ante ao mês anterior. Vale destacar que, em julho, tanto o MAP quanto o SSP ultrapassaram as máximas para o mês dos últimos cinco anos; entretanto, o KCl permaneceu abaixo da média histórica”, destacou.
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