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Durante tarifaço

Em guerra tarifária com os EUA, China aumenta compras de soja do Brasil

Segundo analista, margens das processadoras locais aumentaram, estimulando as importações do grão

Rural | 14 de Abril de 2025 as 08h 30min
Fonte: Globo Rural

Foto: Divulgação

Com a escalada da guerra tarifária, a China mais que dobrou a demanda por soja brasileira, diante do aumento das margens de processadoras locais. De acordo com Ale Delara, sócio da Pine Agronegócios, desde a sexta-feira passada (4/4), quando o país asiático anunciou tarifas retaliatórias de 34% para importações de produtos dos EUA, foram quase 50 navios brasileiros com destino ao mercado chinês, ou cerca de 5 milhões de toneladas embarcadas. Geralmente, o número de navios na semana fica entre 20 e 25, segundo o analista.

“As processadoras privadas de soja na China estão com estoques baixos. E tivemos nesta semana uma reação [dos preços] em Chicago, combinado com queda de 50 pontos no prêmio nos portos brasileiros. Como o frete [da soja] para a China caiu e farelo e óleo de soja se valorizaram, as indústrias aproveitaram a melhoria das margens para garantir cobertura que pode se estender até agosto, devido ao elevado volume de compras do Brasil”, afirma.

Segundo cálculos da Pine Agronegócios, somente no primeiro trimestre deste ano, as remessas de soja brasileira para o gigante asiático somaram 17 milhões de toneladas, acima das 15,8 milhões registradas no mesmo período do ano anterior. Apenas em março, foram despachadas 11,15 milhões de toneladas, em comparação com as 8,9 milhões do mesmo mês em 2024.

Agora, mesmo com o aumento da tensão comercial entre chineses e americanos, ele não espera que isso continue a impulsionar a demanda por soja brasileira. O sócio da Pine vê espaço para uma aproximação comercial entre chineses e americanos, ao considerar que, tradicionalmente, os EUA são o principal fornecedor de soja para a China no segundo semestre.

“A China já mostrou que quer negociar, mas não vai abrir mão de um posicionamento firme em relação ao Trump na questão das tarifas. A elevação no percentual de taxas não muda muita coisa para o comércio entre os países, e acho que pode até servir de pretexto para acelerar as negociações”, pontua.

Nos primeiros três meses do ano, as exportações de soja brasileira para a China somaram 16,946 milhões de toneladas, com uma receita de US$ 6,67 bilhões. No mesmo intervalo em 2024, os embarques totalizaram 15,853 milhões de toneladas, com um faturamento de US$ 6,98 bilhões. Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), a China respondeu por 77% das exportações do grão do Brasil nos três primeiros meses deste ano.