Operações no campo
Excesso de chuvas desacelera colheita de soja e preocupa produtores
A situação tem atrasado o avanço no campo, com apenas 3% da área colhida até o momento, muito aquém do desempenho do ano passado, quando a safra já registrava 15 pontos percentuais a mais de progresso nesse mesmo período
Rural | 24 de Janeiro de 2025 as 08h 20min
Fonte: PNB Online

A colheita de soja em Mato Grosso, maior estado produtor do Brasil, enfrenta dificuldades devido ao excesso de chuvas, conforme relata o diretor da Associação dos Produtores de Soja e Milho se Mato Grosso (Aprosoja-MT) Diego Bertuol. A situação tem atrasado o avanço no campo, com apenas 3% da área colhida até o momento, muito aquém do desempenho do ano passado, quando a safra já registrava 15 pontos percentuais a mais de progresso nesse mesmo período.
Segundo Bertuol, as regiões Leste e Norte do Estado têm enfrentado mais de 20 dias consecutivos de chuva, dificultando as operações no campo. “Às vezes dá algum sol, o produtor naquele ímpeto de salvar alguma coisa dessa soja pronta coloca as máquinas, mas vemos aí 20% de grãos avaliados como podres, com alto índice de umidade, chegando a mais de 30% da carga”, destacou.
A dificuldade de retirar a soja do campo impacta também na próxima safra, o milho safrinha, que depende da liberação das áreas. “Se você não tirar a soja, não tem como colocar a cultura do milho implantada. O produtor está com dificuldade de avançar por causa do excesso de chuva”, explicou o diretor da Aprosoja.
Além dos atrasos, o excesso de chuvas afeta o ciclo da soja. “O ciclo normal de 115 dias está passando para 120 dias em algumas regiões, como a leste, por causa da pouca luz solar e da alta nebulosidade. A soja não consegue terminar o ciclo e começa a ficar vegetante, o que resulta em mais 10 dias de atraso”, afirmou Bertuol.
Esses atrasos, somados ao excesso de umidade e à baixa qualidade dos grãos, preocupam os produtores. Apesar disso, Bertuol ressaltou que ainda é cedo para mensurar o impacto em termos de volume de produção. “Hoje, a Conab estima 47 milhões de toneladas para o estado, e o Imea, 44 milhões. Como estamos no início da colheita, não queremos falar em números de perdas”, disse.
Diante do cenário, a Aprosoja orienta os produtores a se prepararem e utilizarem ferramentas para mitigar prejuízos. “O programa do classificador legal da Aprosoja é um canal importante para que o produtor registre suas demandas e garanta que as perdas, inevitáveis em situações como essa, sejam contabilizadas de forma justa”, explicou Bertuol.
Ele também reforçou a importância de manter a cautela neste momento. “Entre setembro e outubro do ano passado, já sabíamos que haveria atrasos no plantio devido à chuva. Alertamos nossos associados para terem cuidado com essa janela apertada, especialmente agora, com a soja e o milho disputando espaço no campo”, completou.
Apesar do cenário desafiador, há expectativa de melhora com a previsão de sol para os próximos dias. “As regiões médio norte, oeste e sul estão começando a ter a soja pronta para colheita. Se o sol aparecer, acreditamos que o ritmo vai acelerar. No entanto, o foco neste momento é minimizar as perdas e garantir que a safra de milho safrinha seja viável, mesmo com a janela mais curta”, concluiu o diretor.
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