Avaliação
Na COP 30, agro se fortalece nas discussões sobre sustentabilidade e clima
Avaliação é de Marcello Brito, secretário-executivo do Consórcio dos Estados da Amazônia Legal, que vê uma importante participação do setor, em Belém
Rural | 12 de Novembro de 2025 as 09h 48min
Fonte: Globo Rural

Os temas ligados ao agro ganharam tração nas negociações internacionais ligadas à sustentabilidade e às mudanças climáticas. A avaliação foi feita pelo secretário-executivo do Consórcio dos Estados da Amazônia Legal, Marcello Brito, em entrevista à Globo Rural transmitida via internet. A presença e a participação do setor na 30ª Conferência da ONU sobre o Clima (COP 30) é um indicativo dessa relevância.
Transformação da Agricultura e dos Sistemas Alimentares é um dos seis eixos principais da chamada “agenda de ação” da COP 30. Recuperação de áreas degradadas, adaptação e resiliência dos sistemas produtivos e o acesso universal à alimentação adequada estão entre os assuntos em discussão dentro desse tema.
“O contexto da agricultura, segurança alimentar, da pecuária ganhou tração nas negociações internacionais. E nós, brasileiros, produtores rurais, indústria, temos o que ganhar saindo dessa agenda tão competitiva e com diálogo de alto nível”, disse.
Marcello contou que o painel de abertura de um dos pavilhões foi sobre agropecuária, com participação de representantes de empresas e pesquisadores. Produtores rurais também participaram, mostrando como estruturaram o manejo mais sustentável de seus processos produtivos.
Em sua visão, produtores e indústria devem trabalhar de forma alinhada, para o agro ampliar ainda mais sua influência nas discussões internacionais e, de forma sustentável, agregar valor aos produtos brasileiros. Brito ressaltou que, no Hemisfério Norte, a agroindústria valoriza o produto primário em até cinco vezes. No Brasil, o valor da produção se multiplica 1,22 vez.
O secretário-executivo do Consórcio dos Estados da Amazônia Legal pontuou, no entanto, que o texto da Convenção do Clima, em discussão na COP 30 ainda trata pouco de agricultura e sistemas alimentares. É importante, então, produzir os elementos necessários para fortalecer essa agenda pensando, já de forma antecipada, na COP 31, que será na Austrália.
“A Austrália tem uma agenda muito semelhante à do Brasil. Há vários colegas australianos aqui, estão nos ajudando para que a gente consiga, definitivamente, introduzir sistemas alimentares como pacote de solução para as mudanças climáticas”, disse Brito.
Para dar uma ideia do peso que esse assunto precisa ganhar dentro da COP, ele faz uma projeção e um alerta: se todos os países cumprirem rigorosamente os compromissos que assumiram na convenção do clima, sem a atenção devida, os sistemas alimentares podem chegar ao ano de 2025 como os maiores emissores de poluentes do mundo, superando até mesmo o setor de energia.
“E não é o que a gente quer, porque a gente tem condição de ser uma solução importante. Precisamos aprimorar os estudos sobre todas as questões do agro, com metodologias tropicais e adaptar nossas condições para colocar esses avanços”, argumentou.
Expectativa é positiva para a COP
Passado o primeiro dia da COP 30, Marcello Brito disse que é possível ter uma expectativa positiva para o andamento da conferência de Belém. Na segunda-feira, a representação brasileira divulgou que mais de 100 países apresentaram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) na sigla em inglês. E, depois de vários anos de impasse, o evento no Brasil conseguiu abrir a agenda já no início.
“Isso mostra o espírito de boa vontade para a construção de resultados palpáveis. Foi um grande início para evoluirmos nos temas propostos pelo governo brasileiro, no caminho da implementação de várias promessas feitas nos últimos 29 anos”, disse.
Brito questionou apenas o que chamou de “pressa” do governo brasileiro, de apresentar a atualização do Plano Clima durante a COP 30. O documento recebeu questionamentos de lideranças do agronegócio, que contestam o peso atribuído ao setor agropecuário nas emissões do Brasil.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, chegou a dizer que sugeriria um adiamento da apresentação do Plano Clima. Mas, pelo menos até o momento, a expectativa é de divulgação durante a Conferência do Clima.
“Nosso último Plano Clima é de 2008. Sobrevivemos até aqui e poderíamos fazer esse de uma forma muito mais tranquila. Não sei por que a pressa de apresentar algo aqui. Não faz parte do modelo da COP nem das exigências da Convenção do Clima”, disse.
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