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Ajuda em doenças

Parte mais valiosa do boi pode custar R$ 300 mil o quilo. Saiba qual é

Cálculo renal bovino é utilizado no tratamento de doenças nos EUA e China

Rural | 27 de Março de 2025 as 13h 57min
Fonte: Globo Rural

Foto: Divulgação

Ela não brilha e não é garimpada, mas é preciosa e vale muito dinheiro. Talvez você se surpreenda, mas estamos falando de cálculos encontrados na vesícula dos bois, a parte mais valiosa dos bovinos.

A pedra de boi, ou também chamada de pedra de fel, é um cálculo biliar que se forma quando o fígado do ruminante está desequilibrado e não funciona como deveria. Colhida durante o abate nos frigoríficos, cada grama pode ser comercializada a R$ 300 no mercado brasileiro. Ou seja, o quilo custa, em média, R$ 300 mil.

Uma publicação acadêmica do Instituto Mineiro de Agropecuária e do Instituto Federal Goiano mostrou que o fenômeno está relacionado à alimentação e é comum no rebanho criado em regiões com pastagem fértil em elementos alcalinos.

Outro fator determinante é a idade. No estudo, foi observado que as pedras de boi foram encontradas mais vezes em fêmeas, enquanto os machos, abatidos mais cedo, apresentaram número menor.

Pedras amarelas costumam ter maior valor agregado — Foto: Arquivo Pessoal
Pedras amarelas costumam ter maior valor agregado — Foto: Arquivo Pessoal

Jéssica Verdi, veterinária e analista de inspeção do Frigorífico Verdi, localizado em Pouso Redondo (SC), completa a informação da pesquisa ao afirmar que, geralmente, são os animais velhos que desenvolvem as pedras na vesícula.

“As pedrinhas variam de tamanho, formato e apresentam uma coloração mais voltada ao alaranjado. Às vezes, achamos várias pedras. Em outras, são poucas. Depende da idade do animal. Ela é bem lapidada e não pode ser apertada, pois pode desmanchar”, afirma.

Apesar de ser denominada “pedra de boi”, inicialmente, não apresenta a textura dura e sua presença não afeta a qualidade da carne. “Ela é mole e precisa ser seca. A pedra diminui bastante de tamanho quando perde água”, conta.

 

A sete chaves

No frigorífico catarinense, após a retirada da vesícula, as pedras são levadas por um funcionário até outro espaço, fechado com cadeado em razão do alto valor de comercialização.

A atenção com a segurança é alta. E o principal motivo são os assaltos. Um dos casos que ganhou muita repercussão aconteceu em setembro de 2023. Três homens renderam cinco funcionários de uma empresa de exportação de pedras de boi em Barretos (SP) e roubaram a carga avaliada em R$ 2 milhões.

Como é a comercialização

José de Oliveira, da Brazilian Network Importação e Exportação, de Anápolis (GO), afirma à Globo Rural que a empresa compra cada grama da pedra de boi a R$ 300.

“O preço vai depender da qualidade, mas, geralmente, é nessa média. Às vezes, possui determinada cor quando é recolhida da vesícula, mas se transforma no processo de secagem. Então, os valores são diferentes, mas as mais caras são as amarelas”.

Ainda segundo ele, Estados Unidos e China são os principais destinos das pedras de boi brasileiras adquiridas de frigoríficos. “Eles compram para uso medicinal e tratamento contra febre alta, epilepsia e doenças respiratórias”.