Crédito Rural
Plano Safra 25/26 terá mais de R$ 500 bilhões e juros mais caros
Mesmo com a alta nos juros aos produtores, haverá aumento de custos para a União
Rural | 30 de Junho de 2025 as 08h 25min
Fonte: Globo Rural

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Guilherme Campos, afirmou nesta sexta-feira (27/6) que o valor total do Plano Safra da Agricultura Empresarial 2025/26 deverá ser levemente superior ao anunciado na temporada atual, acima de R$ 500 bilhões para médios e grandes produtores. Segundo ele, a questão dos juros foi definida e haverá aumento em praticamente todas as linhas.
O ponto de partida do governo para a formulação do Plano Safra 25/26 são os R$ 508,5 bilhões da safra 202425, que incluem as linhas de crédito rural tradicionais (R$ 400,5 bilhões) e os recursos direcionados para Cédulas de Produto Rural (R$ 108 bilhões).
“Hoje deve sair a definição. Vai ter acréscimo no valor, um leve aumento, contabilizando também as CPRs. Elas são uma realidade muito presente, ainda mais pela taxa de juros atuais”, disse Campos ao Valor. Nesta semana, a reportagem mostrou que o montante total do Plano Safra 25/26, incluindo o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), pode chegar perto de R$ 600 bilhões.
Segundo Campos, o principal desafio agora é fazer o Plano caber no orçamento reservado para a equalização de juros. A derrubada do decreto sobre reajustes no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelo Congresso Nacional nesta semana já impacta as negociações, disse o secretário. A medida vai resultar em menor arrecadação federal e na possibilidade de novo contingenciamento de despesas, o que pode respingar na verba da subvenção.
“O principal impacto está no orçamento deste ano, com a situação agravada pela votação desta semana. Isso está impactando nas negociações. Temos a meta para chegar na adequação de contas, e isso tem sido feito a seis mãos, entre Ministério da Agricultura, Ministério da Fazenda e o Tesouro Nacional”, afirmou o secretário. O Plano Safra Empresarial será anunciado na terça-feira (1/7), às 11h, no Palácio do Planalto.
Ele ressaltou que mesmo com a alta nos juros aos produtores haverá aumento de custos para a União e que esse gasto maior, principalmente nos próximos anos, já está certo. “Vai ter aumento de custos, sim, em função da taxa Selic. Isso compromete diretamente os custos nesse ano pelas operações de custeio e as parcelas de investimentos e carregamentos de dívidas têm impacto nesse ano e nos posteriores”, indicou. “A taxa Selic é causadora de estresse todo”, completou.
Segundo ele, esse aumento de custos já estava precificado e definido antes mesmo da reunião dessa quinta-feira (26/6) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No encontro, Campos disse que não foi feito pedido específico, apenas de prioridade do governo para o Plano Safra.
O secretário afirmou ainda que os juros já foram definidos e que haverá aumento em todas as linhas, sem citar os novos índices. “A questão de taxa de juros está definida, vai ter aumento. Temos, agora, que compatibilizar esse incremento de taxas com os volumes equalizáveis”.
Segundo Campos, os planos terão mais foco em pequenos e médios produtores. O Ministério da Agricultura não conseguiu criar uma linha específica, separada por culturas de consumo interno, para as quais pretendia dar incentivos nos juros, com taxas mais baixas. A intenção era ofertar recursos mais baratos para a produção de alimentos da cesta básica, hortaliças e outros. O secretário disse que não será possível dar “ênfase nas culturas”, mas que haverá estímulos “dentro do conceito do Pronaf e do Pronamp”.
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