Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Boa noite, Segunda Feira 15 de Setembro de 2025

Menu

Setembro verde

Após retomada de cirurgias, 44 pacientes integram lista de espera por transplante de rim em MT

Fila estadual substituiu envio de doentes a outros estados; três transplantes foram feitos neste ano em Cuiabá

Saúde | 15 de Setembro de 2025 as 16h 11min
Fonte: PNB Online

Foto: Divulgação

Mato Grosso tem hoje 44 pessoas na fila por um transplante de rim, segundo dados da Central Estadual de Transplantes (CET). A maioria dos pacientes é homem (64%) e tem entre 35 e 49 anos. Neste ano, três cirurgias foram realizadas no estado, todas em homens.

Os procedimentos voltaram a ser feitos em Mato Grosso em 2025, após um período em que os pacientes eram encaminhados para listas de outros estados. As cirurgias ocorrem no Hospital São Mateus, em Cuiabá, credenciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O primeiro paciente a receber o órgão neste ano foi Altair Lima, 55, aposentado, que recebeu um rim doado pelo irmão. “Só você sair da hemodiálise já é um privilégio muito grande”, disse. Entre os 44 que aguardam pela cirurgia, 28 são homens e 16 mulheres. O maior grupo está na faixa dos 35 a 49 anos, com 10 homens e 8 mulheres. Também há pacientes acima dos 65 anos, três homens e uma mulher. Não há crianças na fila.t

O urologista Emanuel Reis Botelho, da Afya São João del Rei, afirma que a espera prolongada costuma fragilizar os pacientes, que convivem com comorbidades como hipertensão e diabetes. “A dificuldade em encontrar um doador compatível, especialmente na ausência de um doador vivo, torna a espera ainda mais longa e angustiante”, diz.

Segundo ele, o transplante renal exige uma equipe multidisciplinar experiente e envolve uma etapa crítica: a reconexão dos vasos sanguíneos, feita por urologistas e cirurgiões vasculares. “A agilidade é fundamental, pois qualquer atraso considerável entre a extração e a implantação pode resultar em lesões adicionais ao rim”, afirma.

Conscientização e doação

A ampliação da capacidade de transplantes também depende da sensibilização das famílias de possíveis doadores. Na última semana, mais de 30 profissionais da saúde em Mato Grosso participaram de um curso sobre comunicação em situações críticas, promovido pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amibe).

O treinamento ocorreu em Cuiabá e reuniu médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais que atuam em UTIs ou no processo de captação de órgãos. De acordo com Joel de Andrade, da Secretaria de Estado de Saúde de Santa Catarina e professor do curso, a experiência em seu estado reduziu drasticamente a taxa de negativa familiar para doação. “Em 2010, 70% das famílias não autorizavam. Hoje, esse índice é inferior a 30%”, diz.

Ele ressalta que a abordagem deve respeitar o tempo de cada família. “Às vezes pode demorar poucas horas, às vezes alguns dias, até que aceitem a morte e estejam prontos para a conversa sobre doação”, afirma.

Setembro Verde

No dia 27 deste mês, o Brasil comemora o dia Dia Nacional da Doação de Órgãos, a data faz parte de uma campanha que busca desmistificar o assunto e incentivar a doação, sensibilizando tanto profissionais da saúde como a população em geral. Segundo dados mais recentes do Ministério da Saúde, 78 mil pessoas estão nessa fila de espera.