Janeiro roxo
Mato Grosso lidera casos de hanseníase no Brasil; saiba como prevenir
Médico dermatologista ressalta que doença tem tratamento e cura
Saúde | 17 de Janeiro de 2025 as 08h 32min
Fonte: PNB Online

Mato Grosso é o estado com mais casos de hanseníase no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2023 foram 4.625 novos diagnósticos. O número representa 20% do total de casos registrados no país no período. Já conforme a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT), atualmente há 5.336 pessoas em tratamento contra a hanseníase no estado e, em 2024, foram registradas 5 mortes.
Exatamente pela alta incidência e pelo estigma que a doença ainda carrega, foi criada a campanha Janeiro Roxo e, dia 26 de janeiro é marcado como o Dia Mundial Contra a Hanseníase. O objetivo da ação é alertar e conscientizar a sociedade no combate à doença – que tem tratamento e, principalmente, cura.
“Infelizmente Mato Grosso tem esta marca negativa e, de forma geral, o Brasil é responsável por cerca de 90% dos casos novos diagnosticados nas Américas, sendo o segundo país a diagnosticar mais casos no mundo. Mas costumo dizer que a melhor forma de prevenir é com informação e diagnóstico precoce”, afirma o médico da Unimed Cuiabá, Anderson Andreu Cunha.
Para o profissional, o ideal é que busque ajuda especializada. “É preciso buscar, tanto na saúde suplementar bem como no sistema público, atendimento com dermatologista, hansenólogo ou médico de família e comunidade. Normalmente são estas especialidades que mais sabem identificar e tratar esta patologia”, alerta Cunha.
Mas, por que Mato Grosso e o Brasil de forma geral têm altos índices da doença? Conforme explica o médico da cooperativa, são multifatores. “Desigualdade social, baixa escolaridade, áreas rurais e isoladas, floresta amazônica – que é uma região propícia para proliferação do bacilo, clima tropical, subnotificações, estigma e preconceito, falta de conhecimento, baixa cobertura vacinal (BCG, principalmente) e falta de profissionais habilitados, são alguns dos fatores que nos levam a ocupar este lugar no ranking da hanseníase”, explica.
O profissional, no entanto, reforça que a doença tem tratamento e cura. “Geralmente, estamos falando de algo que pode durar de 6 meses a 24 meses e que tem tratamento gratuito pelo SUS. A dica que deixo é: ao menor sinal de mancha na pele, com alteração da sensibilidade no local, procure um especialista. É preciso que haja informação, só assim venceremos o preconceito e poderemos reduzir os números tão alarmantes desta doença em nosso país”.
Entenda mais
A hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae e é uma doença infecciosa, contagiosa e de evolução crônica que atinge principalmente a pele, os nervos periféricos e as mucosas.
Os principais sintomas da doença são manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou áreas da pele com alteração da sensibilidade térmica (de frio e calor), dolorosa e/ou tátil. Além do comprometimento dos nervos periféricos, geralmente com engrossamento da pele, associado a alterações sensitivas, motoras e/ou autonômicas.
O tratamento
O SUS disponibiliza o tratamento e acompanhamento dos pacientes em unidades básicas de saúde e de referência, não sendo necessário internação. O tratamento é realizado com a associação de três antimicrobianos — rifampicina, dapsona e clofazimina — chamado de Poliquimioterapia Única (PQT-U). A associação diminui a resistência medicamentosa do bacilo, que ocorre com frequência quando se utiliza apenas um medicamento.
A duração do tratamento varia de acordo com a forma clínica da doença e, ainda no começo da administração medicamentosa, a bactéria deixa de ser transmitida. O paciente é acompanhado por um profissional de saúde em consultas, geralmente, mensais, quando também recebe uma nova cartela de PQT-U.
Quando necessário, e a critério médico, o paciente pode ser encaminhado para centros de referência em hanseníase para avaliação clínica aprofundada, para se verificar a necessidade de prescrição de outros medicamentos de auxílio.
Em Mato Grosso
Conforme o Governo de Mato Grosso, o atendimento à hanseníase está disponível em todas as unidades municipais de saúde. Em casos mais complexos, os pacientes são encaminhados para os Ambulatórios Especializados (AAER) ou para o Centro de Referência em Média e Alta Complexidade (Cermac), unidade mantida pelo Estado.
O combate à doença requer estratégias integradas, ampliação do acesso à saúde e enfrentamento do estigma associado à hanseníase. Para isso, a SES-MT revisou o Plano Estratégico para o Enfrentamento da Hanseníase, que inclui:
• Expansão e fortalecimento da rede de atenção à saúde;
• Ações educacionais e de pesquisa;
• Foco na redução da carga da doença e no combate ao preconceito;
• Promoção da inclusão social e melhoria da qualidade de vida .
Além disso, por meio da Escola de Saúde Pública, o Estado de Mato Grosso oferta especialização para médicos e especialização interprofissional para a Atenção Integral à Hanseníase. Desde o início da especialização, 33 médicos já ganharam o título de hansenólogos.
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